Políticos supostamente envolvidos em esquemas para garantir apoio político à empreiteira Odebrecht no Congresso foram apelidados com codinomes para realizar os pagamentos ilícitos. Em acordo de delação premiada ao Ministério Público Federal, o ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho, aponta que o senador Romero Jucá (PMDB-RR), um dos principais integrantes do núcleo que visava garantir os interesses do partido no Senado, era conhecido como Caju e teria recebido cerca de R$ 22 milhões desde 2004. As informações são do site Buzzfeed.
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O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), era conhecido como Primo e teria repassado R$ 1 milhão para o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha também foi citado no depoimento de Melo Filho. Chamado pelo codinome de Caranguejo, o ex-presidente da Câmara teria recebido R$ 7 milhões da construtora.
O gaúcho Marco Maia (PT) é um dos citados na lista de Melo Filho. Segundo o executivo, Maia era identificado pelo codinome Gremista e teria recebido, em 2014, dois repasses totalizando cerca de R$ 1,3 milhão.
Segundo o documento, o ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) era conhecido como Babel e teria recebido, entre 2006 e 2014, R$ 1,5 milhão. O secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco – também citado como um dos integrantes do núcleo do PMDB na Câmara – era chamado de Angorá.
O ex-governador da Bahia e ex-ministro-chefe da Casa Civil no governo Dilma Jacques Wagner aparece na delação com o codinome Polo. Cerca de R$ 9,5 milhões teriam sido repassados a Wagner somente em 2010.
O ex-senador Delcídio Amaral, apelidado de Ferrari, teria obtido cerca de R$ 500 mil após reclamar não ter recebido a atenção da empreiteira.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também aparece na delação do executivo da Odebrecht. Maia é citado como Botafogo e teria sido beneficiado com repasse de R$ 100 mil.
Os citados na delação do executivo negam irregularidades na doação de recursos.