Em protesto contra a PEC 55, em tramitação no Senado Federal, manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) bloquearam, nesta sexta-feira, a Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio Janeiro. Eles colocaram fogo em pneus e pedaços de madeira e interromperam o trânsito por cerca de uma hora. O fluxo começou a ser retomado às 8h. No entanto, o protesto causou congestionamento na via.
Manifestantes do MTST também fizeram bloqueios na Rodovia Anchieta. Há manifestação do movimento também na Rodovia Régis Bittencourt e em vias da capital paulista.
Leia mais
Protestos contra medidas do governo bloqueiam ruas e causam lentidão
PMs usam bombas de gás lacrimogêneo para liberar Avenida Ipiranga
Sindicalistas tentam bloquear circulação de ônibus, mas são impedidos pela BM
Além disso, uma manifestação de moradores e sem-teto bloqueou totalmente a rodovia Anhanguera (SP-330) na manhã desta sexta-feira, em Sumaré, no interior de São Paulo. Os manifestantes fizeram barreiras com pneus e atearam fogo, interditando os dois sentidos da rodovia, que já teve o trânsito liberado.
De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, os manifestantes são moradores da Vila Soma, bairro situado às margens da rodovia. Um dos acessos a Sumaré também ficou bloqueado. Ainda segundo a polícia, a manifestação é contra as medidas de controle fiscal do governo Temer. Às 8 horas, os policiais e a Guarda Municipal de Sumaré negociavam a liberação da rodovia.
Cerca de 300 mil usuários do transporte coletivo urbano e interurbano ficaram sem ônibus desde a madrugada desta sexta-feira, em Sorocaba e 40 cidades da região. Foram mantidos 30% da frota circulando, insuficientes para atender os usuários.
Em Sorocaba, Votorantim e Itapetininga, onde o transporte urbano também parou, milhares de pessoas seguiram a pé para o trabalho. Nas rodoviárias, usuários foram apanhados de surpresa no meio de viagens programadas para o feriado prolongado da Proclamação da República, dia 15.
O Sindicato dos Condutores de Sorocaba divulgou nota informando que a categoria participava do Dia Nacional de Greve contra o que chamou de "pacote de maldades" do governo Temer. Também anunciou que a paralisação será suspensa ao meio-dia. A Urbes, empresa municipal de transporte de Sorocaba, informou ter montado um esquema especial para garantir um mínimo de mobilidade aos usuários.
Ônibus não circulam em Florianópolis
Acompanhando a mobilização nacional contra as medidas anunciadas pelo atual governo, os ônibus das empresas de transporte coletivo da Grande Florianópolis não saíram das garagens nesta manhã de sexta-feira. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb), a mobilização se estenderia até às 9h.
Em frente à garagem da empresa Insular na SC-405, em Florianópolis, perto das 6h30min cerca de 30 funcionários já aguardavam a liberação dos coletivos. E alguns dos funcionários, contrários ao movimento de hoje, demonstravam bastante insatisfação.
– Ninguém vai sair e a indignação é geral – afirmou um dos servidores da empresa.
Perto das 8h, horário de maior movimento na região da Grande Florianópolis, o trânsito já sentia os reflexos da interrupção no transporte. Além da Via Expressa, a Beira-mar Norte, SC-401 e 405 registravam grande congestionamento. Já pelas ruas de São José, Palhoça, Biguaçu, os pontos de ônibus estavam lotados.
Protestos pelo país
Entidades sindicais e movimentos populares também realizam protestos em pelo menos sete Estados e no Distrito Federal. As organizações são contrárias a medidas como a PEC do Teto e reformas anunciadas pelo Planalto na área trabalhista, na Previdência Social e no Ensino Médio.
Manifestações ocorrem na Bahia, no Distrito Federal, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, em Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo. De acordo com o site G1, diferentes capitais enfrentam paralisações de rodoviários, bancários e professores, além de bloqueios em vias.
O lema utilizado pelos sindicalistas é "Nenhum direito a menos!". O secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, disse que as "entidades de base farão atos pela manhã, junto às suas categorias – concentrações ou paralisações.