Na sexta-feira passada, a pensionista Eloá Wolfat Victoria, 72 anos, não conseguia esconder a dificuldade para respirar e falar. Ela apresenta sintomas da falta do remédio Brometo de Tiotrópio 25mcg – do qual precisa para controlar a asma provocada por uma enfisema pulmonar e que está em falta há dois meses na Farmácia Pública do Estado.
Moradora de Viamão, ela tem apenas metade dos pulmões em funcionamento e três pontes de safena. Ela revela estar com medo de sofrer um infarto em consequência da falta de ar.
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– Qualquer ventinho, cheiro diferente ou fumaça forte me fazem ter muita falta de ar. Hoje (sexta-feira) é um dia que eu estou muito atacada – admite Eloá.
Saúde delicada
A medicação que a idosa utiliza há cerca de dez anos é, de acordo com a filha Itanajara Wolfat Victoria, 52 anos, a única que consegue manter a respiração estável e evitar que a saúde piore em função dos outros problemas. A alternativa é recorrer a nebulizações e utilizar outra medicação à base de corticoide, que implica em piora da sua diabetes.
– 0 médico disse que esse é um remédio fundamental para mantê-la viva, pois sua saúde é muito delicada. Sem o remédio, ela piora muito, pois uma doença influencia a outra – preocupa-se a filha.
Há cerca de quatro anos, a família conseguiu, por meio de processo judicial, o direito de receber as doses do Estado. Antes, Itanajara juntava dinheiro com a ajuda dos irmãos e da vizinha Sandra Guedes Cesar, 49 anos – considerada também uma filha para Eloá –, para comprar as doses, que custam em torno de R$ 400 e duram um mês.
Itanajara e Sandra são as responsáveis por buscar o remédio na Farmácia e dizem que é a primeira vez que a medicação fica mais de um mês indisponível.
Para evitar que a idosa precise ser internada, Sandra, que está desempregada, e Itanajara, que conseguiu um emprego há menos de um mês, pretendem fazer uma vaquinha com o restante da família para comprar o remédio.
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Medicamento disponível nesta quarta
A Secretaria Estadual de Saúde (Ses) informou que o medicamento é fornecido via processo judicial no qual o município de Viamão e o Estado são réus. Para atender ao pedido, a secretaria licitou a compra do remédio, que deve ser entregue ainda hoje. De acordo com a Ses, assim que as doses chegarem ao almoxarifado central, serão encaminhadas para as secretarias municipais "com maior brevidade".