Preso desde junho, o ex-tesoureiro do PT e ex-deputado federal Paulo Ferreira foi transferido para Tremembé II, conhecida como a prisão dos famosos. O gaúcho está na mesma unidade que abriga o médico Roger Abdelmassih e Alexandre Nardoni, pai da menina Isabella.
Réu nas operações Lava-Jato e Custo Brasil, Ferreira se apresentou à Justiça em junho passado e foi levado, em um primeiro momento, para a carceragem da Polícia Federal em São Paulo. Em 27 de setembro, o petista foi transferido para a Penitenciária de Tremembé II - Dr. José Augusto César Salgado. A unidade integra um complexo prisional localizado no Vale do Paraíba, a cerca de 150 quilômetros de São Paulo.
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Gerido pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, Tremembé II recebe presos envolvidos em crimes de grande repercussão, que poderiam estar em risco em penitenciárias comuns. São os casos do médico Abdelmassih, condenado por 48 estupros de pacientes; Alexandre Nardoni, que responde pelo assassinato da filha Isabella, de cinco anos; Lindemberg Alves, que matou a ex-namorada Eloá Pimentel; e Gil Rugai, condenado por matar o pai e a madrasta. Na ala feminina do complexo, também cumpre pena pela morte dos pais Suzane von Richthofen.
Diferentemente da maioria das unidades prisionais do país, em Tremembé II as celas abrigam, em média, de três a quatro pessoas. No caso de Ferreira, ele divide o espaço com mais três presos. O espaço é bem-arejado, com duas pequenas janelas. O banho de sol é diário e os presos usam camisa branca e calça cáqui como uniforme. As visitas ocorrem aos sábados e domingos.
Casado com a ex-ministra Tereza Campello, o ex-deputado tem reclamado do "esquecimento" de colegas do PT. Seu advogado, José Roberto Batochio, que também defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nega qualquer possibilidade de delação premiada, recurso utilizado por envolvidos na Lava-Jato para abreviar penas.
– Não conheço esta palavra – resumiu Batochio.
Apesar de estar detido há quase cinco meses, Ferreira ainda não foi condenado pela Justiça. Ele foi preso em junho, dentro da Operação Custo Brasil, que investiga fraude com empréstimos consignados que teria desviado dinheiro do Ministério do Planejamento. Em agosto, virou réu nessa investigação e também na Lava-Jato, por suspeitas de desvios nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobras, no Rio de Janeiro. Sua defesa nega todas as acusações.