O recente pacote de medidas contra a crise financeira do Rio Grande do Sul serve como um catalisador para o chamado Dia Nacional de Lutas, marcado para esta sexta-feira. A manifestação, que conta com paralisações e protestos ao longo do dia, ganha intensidade no RS depois das propostas do Palácio Piratini, criticadas por movimentos sociais e sindicatos. Um ato unificado foi preparado ao longo da semana e tem mais força na Capital do que no Interior, segundo os organizadores.
A mobilização conta com estudantes de escolas e universidades ocupadas, servidores estaduais e federais, trabalhadores de diversas categorias e representantes de sindicatos. As principais pautas, além do pacote do governador José Ivo Sartori, estão relacionadas às medidas adotadas pelo governo federal, como a PEC do teto dos gastos públicos e as reformas no Ensino Médio, na área trabalhista e na Previdência Social.
– Centrais sindicais e movimentos sociais estarão unidos para mostrar à população que não deixaremos essas medidas serem aplicadas goela abaixo na sociedade – disse o presidente da Força Sindical no RS, Marcelo Fontoura.
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Serviços que poderão ser afetados
– Trensurb: o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexas do Rio Grande do Sul (Sindimetrô RS) promoveu um protesto que impediu os trens de circularem por duas horas e meia no início da manhã. O serviço foi iniciado pela empresa somente às 7h40min. A previsão é de que os trens voltem a paralisar entre 10h e 17h, voltando a operar somente no horário de pico.
Segundo a Metroplan, para atender a demanda da Região Metropolitana, coletivos da Vicasa e da Central, que circulam nas cidades atendidas pelo metrô, terão aumento de 50% na frota. As demais empresas reforçam em 10% o número de ônibus. Na Capital, nos horários de pico, os trajetos serão feitos pela Avenida da Legalidade e por fora do corredor de ônibus da Avenida Farrapos, sem paradas. Também saem da área central de Porto Alegre ônibus vazios para atender aos usuários que estão nos corredores ao longo da avenida.
– Ônibus em Porto Alegre: o transporte público de Porto Alegre não foi afetado pela paralisação pela manhã.
– Bloqueio de ruas: estudantes promoveram bloqueios de vias e atearam fogo em pneus no começo da manhã junto a campi das universidades. Em ações rápidas, avenidas como Bento Gonçalves e Ipiranga e a Rua Sarmento Leite foram os principais pontos de protesto. Existe possibilidade de novas interrupções ao longo do dia.
– Manifestação na Praça da Matriz: a frente ao Piratini será palco de manifestações, com concentração de servidores públicos e trabalhadores de diversas áreas que alegam prejuízos com o pacote de Sartori ao longo do dia. De acordo com Guiomar Vidor, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no RS (CTB-RS), várias atividades de categorias do setor público serão realizadas ao londo do dia.
– Protesto no final do dia: por volta das 18h, deve começar a concentração de manifestantes na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, onde ato unificado está marcado. O protesto contra os governos estadual e federal prevê caminhada, a partir das 20h, pelas ruas da Capital, devendo passar pelo Palácio Piratini.