A venda de vacas da empresa Agrobilara Comércio e Participações Ltda, que pertence à família do ministro dos Esportes do governo Michel Temer, Leonardo Picciani, teriam sido superfaturadas, segundo depoimento da matemática Tania Maria Silva Fontenelle, ligada à Carioca Engenharia. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, Tania fez a afirmação em acordo de leniência com a força tarefa da Operação Lava-Jato.
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Leonardo Picciani, Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio, e Rafael Picciani – deputado estadual, secretário de coordenação de Governo da prefeitura do Rio – todos ligados ao PMDB – são os donos da Agrobilara. Conforme informações da Receita Federal, a empresa da família Picciani tem capital social de R$ 40 milhões. As declarações de Tania foram colhidas em 19 de abril deste ano.
Segundo a matemática, que depôs ao juiz Sergio Moro, nesta segunda-feira, em ação penal sobre suposto pagamentos de propinas nas obras do Centro de Pesquisa da Petrobrás (Cenpes), contratos simulados entre prestadoras de serviço, entre elas a Agrobilara, e a construtora eram utilizados para gerar recursos em espécies, diz a reportagem do Estadão.
A executiva ainda afirmou que "atendia às solicitações de obter dinheiro em espécie e entregava a quem fazia a solicitação ou a funcionários dos empreendimentos por eles indicados", afirma o jornal.
Jorge Picciani, que é presidente da Agrobilara, afirmou, por meio de nota, que "não conhece Tania Maria Silva Fontenelle e que as informações dadas por ela são falsas". Segundo o Estadão, o Ministério dos Esportes e Leonardo Picciani, que está no Japão, não se pronunciaram sobre o caso. Sobre as acusações contra Rafael, a prefeitura do Rio informou que não irá comentar o assunto.