Hoje, completam-se quatro meses desde que Márcio André Labatut, 32 anos, deixou de receber o aluguel por uma casa de três cômodos no Bairro Restinga, Zona Sul de Porto Alegre.
Desde março, ele loca a peça para um casal beneficiário do aluguel social do Departamento Municipal de Habitação (Demhab). No entanto, em julho, os R$ 400 que entravam por mês direto na sua conta deixaram de aparecer.
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Complemento
Cobrador de ônibus, Márcio depende do aluguel para complementar a sua renda. Sem o dinheiro, fica difícil pagar as contas. O total da dívida do Demhab, até agora, é de R$ 1,8 mil.
O casal se tornou beneficiário do aluguel social após ter sido removido pela prefeitura do local onde morava. Agora, os dois correm o risco de ficar sem lar mais uma vez.
Para regularizar a sua situação financeira, Márcio pretende despejá-los e alugar a residência a alguém que possa pagar.
– Se, até o final dessa semana, o problema não for resolvido, vou ter que mandar eles saírem. Entendo a situação, mas o que posso fazer? Vou ter que botar as pessoas na rua porque o Demhab não paga o aluguel social – lamenta o dono do imóvel.
No dia 21 de setembro, após sucessivos telefonemas ao departamento para entender a razão do atraso, locador e inquilinos foram até a sede do órgão para resolver a situação. Como resposta, ouviram apenas que a questão estava no setor jurídico.
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Extrato zerado
A atendente pediu o telefone de cada um e disse que daria retorno. Quase 15 dias depois da visita, ninguém recebeu explicações. E o extrato bancário de Márcio segue zerado.
O Diário Gaúcho tentou falar com Carla Janaína dos Anjos, beneficiária direta do aluguel social, mas não teve retorno.
Ocupação gerou atraso
A ocupação da sede do Demhab por movimentos sociais entre julho e agosto é a razão alegada pelo órgão para a demora, de acordo com a assessoria de comunicação. Segundo o departamento, as atividades foram paralisadas, nesse período, por ordem do prefeito José Fortunati.
Outros beneficiários do aluguel social foram prejudicados, mas o Demhab não precisou, à reportagem, quantos são na cidade. A assessoria informou que a situação será normalizada nos próximos dias.