O alerta emitido há quase sete meses pela diretoria do Cemitério Centro Israelita Porto Alegrense à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) sobre o risco de queda de uma árvore concretizou-se neste domingo. A planta – que ficava na calçada da entrada do cemitério pela Rua Vicente da Fontoura – apresentava os galhos inclinados e caiu com o temporal que atinge a cidade desde o final de semana.
Conforme uma das administradoras do local, Mari Kvitko, a instituição vinha solicitando providências à Smam desde março pelo risco oferecido aos visitantes, já que ela ficava em uma área de circulação. A resposta da Smam, porém, só chegou em agosto, quando o órgão afirmou que não havia risco de queda.
– Ligamos várias vezes, abrimos protocolo, mas a Smam mandou esperar. Chegou um determinado momento em que escrevemos uma carta e enviamos com fotografias em anexo. O engenheiro da Smam disse que poderíamos seguir com a rotina e não deveríamos nos preocupar, porque não havia risco algum.
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Mesmo não havendo feridos, a queda da árvore causou prejuízos à entidade judaica, já que danificou o muro, a cerca elétrica e quebrou canos d'água, causando vazamento. A árvore foi retirada do local pela Smam na manhã desta segunda-feira.
– Tem várias árvores com risco de queda, inclusive no centro de administração. Aquele temporal de janeiro, por exemplo, derrubou oito ou nove árvores por cima dos túmulos. Como eles são feitos de mármore, foi um estrago. Tudo isso porque não conseguimos autorização com a Smam para cortar.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente informou que "o protocolo foi atendido no dia 30 de agosto, quando o vegetal em questão não apresentava risco iminente de queda e recebeu ações de manejo de copa". Além disso, o órgão destacou que "a instabilidade climática dos últimos dias, com ventos de mais de 100 km/h, provocou problemas em diversas regiões da Capital".
Nesse domingo, coincidentemente, os judeus comemoraram o primeiro dia do Sucot, ou Festa das Cabanas, um feriado que celebra as cabanas no deserto, onde os israelitas viveram depois do êxodo do Egito, e também aquelas construídas no campo na época de colheita. A festividade dura sete dias, sendo o primeiro um dia sagrado e de descanso. Por essa razão, o cemitério encontra-se fechado e não havia ninguém no local na hora da queda.