Chegaram ao porto de Itajaí no fim da tarde desta quinta os 16 sobreviventes resgatados do naufrágio do barco pesqueiro "Jorge Seif Junior". O corpo da única vítima confirmada até o momento também foi levado para a cidade do Litoral Norte catarinense. Um ferido foi levado de helicóptero ao Hospital Celso Ramos, em Florianópolis. Seis tripulantes seguem desaparecidos. As buscas serão retomadas nesta sexta-feira pela manhã. No início da tarde chega reforço enviado pela Marinha.
A embarcação de madeira, com 26 metros de comprimento, naufragou por volta das 5h40min desta quinta-feira, antes do nascer do sol, a 80 quilômetros da costa de Imbituba, no sul do Estado.
Amigos e familiares aguardavam com ansiedade a chegada das lanchas da Marinha que trouxeram os sobreviventes ao porto. De acordo com o tripulante Elias Pereira da Silva, o mar estava revolto no momento em que o barco adernou.
– Foi tudo de repente. A onda engoliu o barco. Só deu para escutar os gritos. Só isso que eu me lembro. Esperamos o resgate por 40 minutos, talvez uma hora. Só deu para escutar os gritos dos nossos parceiros se afogando, morrendo – falou o pescador à repórter Gabriela Machado, da RBSTV.
Os sobreviventes foram resgatados pelo navio mercante "BBC Citrine", com bandeira de Antígua e Barbuda, que passava pela região. Ao longo de todo o dia, aeronaves da Marinha e da Força Aérea realizaram buscas pelos pescadores desaparecidos por uma área de 150 km². O trabalho das aeronaves foi finalizado com o pôr do sol e deve recomeçar na manhã desta sexta-feira, de acordo com o capitão Alekson da Silva Porto.
Durante a noite, navios mercantes permaneceram na região do naufrágio, porém sem fazer buscas, já que eles não possuem um sistema apropriado. Um navio especializado da Marinha, o patrulha Benevente, se desloca desde o porto do Rio Grande, no Sul do RS, e vai se juntar ao trabalho de busca por volta das 13h desta sexta-feira.
Segundo o capitão Alekson, o Benevente e as aeronaves possuem um moderno sistema de busca, com radares, buscas térmicas e visuais. O oficial não quis opinar sobre a chance de encontrar sobreviventes com vida, porém afirmou que há relatos de pessoas que foram resgatadas após três dias à deriva.
– Enquanto estivermos trabalhando, buscaremos vidas – afirmou.
*Com informações da repórter Gabriela Machado, da RBSTV