Logo após o impeachment de Dilma Rousseff, o Diário ouviu os reitores das duas maiores instituições de Ensino Superior de Santa Maria. Confira o que eles disseram sobre o impeachment e os rumos da educação.
Paulo Burmann, reitor da UFSM
"A universidade precisa fazer, e vem fazendo, desde a primeira fase do processo de impeachment, uma interlocução respeitosa com todas as autoridades do governo interino. A UFSM precisa conduzir o seu processo administrativo e acadêmico a bom termo. Temos um compromisso com a universidade, e estamos fazendo todo o esforço possível e necessário para cumpri-lo. O processo é idêntico ao que toca às restrições orçamentárias. Temos que buscar a defesa dos interesses da instituição, a necessidade de manutenção das políticas públicas, das políticas de acesso estudantil, dos investimentos em ciência, da tecnologia e da inovação. O governo está mudando a sua orientação quanto às politicas públicas, mas não acreditamos que vai haver alterações no que toca a investimento em educação. Não há saídas para o país que não seja através da educação, e nesse aspecto, a universidade tem um papel estratégico. E precisamos que os governos se deem conta disso e passem a olhar para as universidades como um grande parceiro no processo de desenvolvimento."
Irma Iraní Rupolo, reitora da Unifra
"Penso que foi, de fato, um processo iminentemente de interesse político-partidário. Foram partidos que brigaram, eles não pensaram no povo. E o país foi deixado à revelia durante todo esse tempo. O país ficou descuidado na educação, na economia, na saúde, em tudo. Gostaria de poder acreditar que vai acontecer uma mudança na educação, mas eu não consigo perceber. Não há o que projetar para o governo agora, nem a favor nem contra."