Preso temporariamente pela Operação Lava-Jato na manhã desta quinta-feira, Guido Mantega foi o Ministro da Fazenda que mais tempo permaneceu no cargo (2006-2015) no período democrático. Titular da pasta por quase nove anos nos governos Lula e Dilma, Mantega é economista formado pela Universidade de São Paulo (USP). Nascido na Itália e criado na capital paulista, também esteve à frente do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na primeira administração do PT.
O economista é ex-marxista, adepto à liberdade de mercado e oriundo do meio acadêmico. Chegou ao Ministério da Fazenda por acaso: com a queda de Antonio Palocci, deixou o BNDES para assumir as finanças do país. Apresentou, à frente da pasta, um estilo diferente do antecessor, sendo mais focado no crescimento do que no freio na inflação.
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Ao longo dos quase nove anos na Fazenda, acumulou vitórias e derrotas: não conseguiu prorrogar a CPMF (2007); injetou crédito no mercado, e o Brasil saiu com poucos arranhões da crise internacional (2009); e foi criticado pelos juros altos cobrados pelos bancos (2011). Em 2013, a revista The Economist elevou o tom contra as intervenções do governo na economia e afirmou que a presidente Dilma deveria demiti-lo, o que não ocorreu.
Mantega deixou o governo no segundo mandato de Dilma e foi substituído pelo também economista Joaquim Levy.