O Ministério Público Federal (MPF) justificou o pedido de prisão preventiva do ex-ministro Antônio Palocci (transformado em temporária pela Justiça) por dois motivos: risco à aplicação da lei penal e risco à ordem pública. Palocci foi preso nesta segunda-feira em nova fase da Operação Lava-Jato, que investiga indícios de uma relação criminosa entre Palocci com o comando da principal empreiteira do país, a Odebrecht.
Confira como o MPF justificou o pedido de prisão do ex-ministro:
Risco à aplicação da lei penal
"Os diálogos interceptados mostram existência secretas no Exterior ainda não identificadas ou bloqueadas. Enquanto não houver tal identificação, há um risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que os investigados poderiam se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no Exterior."
Risco à ordem pública
"O contexto não é de envolvimento episódico em crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro, mas do recebimento sistemático de propinas, remontando a relação entre o Grupo Odebrecht e Antônio Palocci Filho a pelo menos 2006 e estendendo-se por anos. Observa-se que, pela aludida planilha, ainda há saldo a ser pago de propinas e o fato dele não mais exercer cargo ou mandato público não impediu que continuasse como recebedor ou intermediador de pagamentos, em 2012 e 2013 pelo menos, para o seu grupo."