A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira, a 8ª fase da Operação Acrônimo. O objetivo desta etapa é apreender documentos que possam esclarecer a existência de uma suposta organização criminosa especializada em se beneficiar junto ao governo federal com pagamentos de vantagens indevidas a agentes públicos.
São cumpridos 11 mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a depor) e nove de buscas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal.
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Ainda de acordo com a PF, a ação está focada em dois inquéritos policiais que investigam dois fatos distintos. O primeiro se refere à suspeita de cooptação e pagamento de vantagens indevidas para fraudar licitações no Ministério da Saúde, beneficiando uma gráfica pertencente a investigados.
A outra questão é a interposição de uma empresa na negociação de vantagens indevidas a agente público para conseguir financiamento de projetos no exterior pelo BNDES em Angola, Cuba, Panamá, Gana e México e República Dominicana. Segundo a polícia, uma empreiteira brasileira foi a grande beneficiada.
A ação desta quinta não envolve investigados com foro privilegiado. Suspeitos com essa prerrogativa serão julgados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Operação Acrônimo
Depois de oito meses de investigação, em maio de 2015, quando a PF deu início à Operação Acrônimo com objetivo de buscar a origem de mais de R$ 110 mil encontrados em um avião no aeroporto de Brasília. A aeronave transportava o empresário Benedito Rodrigues de Oliviera Neto, conhecido como Bené, apontado como suposto operador do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).
Bené já foi preso em outra fase da Operação Acrônimo, mas liberado após pagar fiança. Ele se tornou delator da Acrônimo. Também na 1ª fase da Acrônimo, a PF fez buscas no apartamento da mulher de Pimentel, a jornalista Carolina de Oliveira, em Brasília.