Um jovem de 18 anos foi morto a tiros no Terminal 2 do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, no fim da manhã desta segunda-feira. Marlon Roldão Soares foi assassinado com mais de 15 tiros. Dois homens participaram do crime, mas não há informações se ambos atiraram contra a vítima.
O crime ocorreu enquanto torcedores do Grêmio aguardavam, no mesmo local, Renato Portaluppi, o novo técnico do time. Os disparos provocaram pânico em frente ao portão de embarque, por volta das 11h, quando várias pessoas deixaram o terminal às pressas.
De acordo com o chefe de Polícia, delegado Emerson Wendt, que também foi até o aeroporto, as informações colhidas até agora indicam crime passional contra Marlon. O motivo seria ciúmes envolvendo a atual namorada da vítima. Ele morava na Vila Jardim e já sofria ameaças.
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Conforme o diretor do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Cleber Müller, 20 cápsulas de calibre 9mm foram encontradas no local.
– Foram tiros realizados a curta distância e já encontramos em torno de 20 cápsulas já deflagradas. A maioria dos ferimentos atingiu a região superior do corpo: na cabeça, nos braços e no tronco – explica Müller.
Testemunhas afirmam que um dos atiradores foi embora com a arma em punho, caminhando. Segundo o delegado que investiga o caso, Gabriel Bicca, os suspeitos já foram identificados, mas as informações estão sendo preservadas para não prejudicar as diligências. As imagens de câmeras de segurança também estão sendo analisadas pela polícia.
No momento do crime, Marlon se despedia de um amigo que embarcaria para um destino ainda desconhecido. No aeroporto, a vítima estava acompanhada do pai, um irmão e amigos. O pai de Marlon, que não foi identificado, disse a repórteres que o filho completou 18 anos nesta segunda-feira.
Uma enfermeira moradora de Cruz Alta que aguardava conexão para Curitiba contou que os dois criminosos estavam sentados na mesa de um lancheria do terminal quando um deles levantou e atirou contra o jovem.
– Eu estava na mesa do restaurante, quando observei um rapaz da mesa ao lado levantando com uma arma na mão e já apontada para alguém nas minhas costas. E aí houve os disparos. Quando começou, eu corri e me deitei numa lixeira. Eu fiquei lá com mais duas pessoas deitada no chão até que os tiros parassem. Quando parou, a gente foi ao banheiro e aguardamos lá até que alguém dizer que poderíamos sair. A sensação de não ter proteção nenhuma ficou muito presente neste momento – disse a enfermeira, que não quis se identificar.
O torcedor do Grêmio, João Camargo, de 23 anos, conta que o barulho provocado pelos disparos foi confundido com bombas em homenagem a Renato Portaluppi.
– Eu estava aqui esperando o Renato, o nosso novo treinador. Eu achei que era um monte de bombas, balão estourando, achei que ele tinha desembarcado do outro lado quando eu vi taxistas correndo. Foi aí que percebi que era tiro e eu já fui me abaixando. Depois eu vim aqui e vi que o rapaz já tinha falecido – afirma o torcedor.
Um Cobalt de placa clonada usado na fuga foi encontrado pouco tempo depois, abandonado na Avenida Severo Dullius, próximo ao número 700. Conforme a Brigada Militar, o local fica a cerca de dois quilômetros do aeroporto. Testemunhas informaram à polícia, que dois homens teriam deixado o Cobalt e embarcado em um Idea e um Corolla, ambos de cor prata. A polícia faz buscas pelos suspeitos, e o carro abandonado passará pela averiguação de agentes do Instituto Geral de Perícias (IGP).
O Terminal 2 é utilizado para embarque e desembarque de voos das companhias aéreas Azul e Trip.