Superlotada por conta da falta de vagas em presídios, a carceragem da 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) do Palácio da Polícia foi alvo de novo protesto por parte de 10 detentos mantidos no local. Por volta das 14h30min deste domingo, eles atearam fogo em um papelão que ficava no piso de uma das celas para chamar a atenção para o problema.
Ninguém se feriu, mas os presos ameaçam matar novos suspeitos que forem levados ao local. A mesma cela já havia sido interditada no fim de agosto, após ter a grade quebrada e ser palco de duas tentativas de homicídio.
De acordo com o delegado de plantão Francisco Antoniuk dos Santos, da 2ª DPPA, o fogo foi imediatamente controlado, e a situação foi normalizada. Apesar disso, o delegado não esconde a preocupação. Ele diz que, se aparecerem mais presos, terá de "administrar".
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– Infelizmente, estamos de mãos amarradas. Alguns desses presos estão aqui desde o dia seis. Isso não poderia acontecer. Vamos comunicar o juiz plantonista – afirma Santos.
ZH entrou em contato com a assessoria de comunicação da Susepe para saber o que seria feito em relação ao caso. Por meio de nota, a assessoria informou que a Susepe está "24 horas à disposição, inclusive aos finais de semana e feriados" – uma das reclamações da 2ª DPPA.
Conforme a nota, o órgão "monitora com as casas prisionais a abertura de vagas oriundas de progressão de regime ou liberdade judicial" e está "sempre solicitando autorizações judiciais para a entrada de presos em presídios". No caso da 2ª DPPA, a realocação dos detentos dependia, até o fim da tarde deste domingo, do surgimento de vagas.
No dia 29 de agosto, quando a grade de uma das celas foi arrancada no local, havia 14 detentos na carceragem. Eles foram levados para o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e depois foram transferidos para o Presídio Central.