Convencer homens e mulheres a deixar a vida sob marquises não é simples, mas a tarefa ganhou um reforço nesta quarta com a reinauguração do Caxias Acolhe. A nova sede, na Rua Andrade Neves, nº 458, próximo a rodoviária, é mais ampla: tem 40 camas, sete banheiros, alas masculina e feminina, além de um espaço para portadores de deficiência. Com isso, a Fundação de Assistência Social (FAS) espera qualificar a abordagem de moradores de rua. O serviço atende homens e mulheres que não têm onde dormir.
– Perto das outras, esta aqui é uma mansão – elogia Paulo Roberto Lopes, 36, um dos beneficiados pelo serviço.
Lopes disse já ter passado por todos os locais de acolhimento a moradores de rua na cidade. Ele lembra que a antiga sede do Caxias Acolhe, no bairro Cinquentenário, era pequena e a estrutura já não dava conta de tanta demanda, pois havia 20 leitos e apenas um banheiro. A unidade foi fechada em fevereiro. De lá para cá, a FAS abriu outras vagas nas casas Carlos Miguel e São Francisco, que também trabalham com a população de rua.
– Quando o morador chegar (no Caxias Acolhe), ele terá uma janta e no dia seguinte o café da manhã. Como não passaram a noite na rua, é mais fácil conversar com eles pela manhã. E nesse bate-papo vamos fazendo esse trabalho de convencimento – ressalta Marlês Andreazza, presidente da FAS.
A nova casa tem três pavimentos, área construída de 432m2, com salas de equipe técnica, sala multidisciplinar, copa, cozinha, e lavanderia. O espaço contará ainda com uma biblioteca e espaço para leitura inspirado no carioca Profeta Gentileza. Na área, foram espalhados vários cartazes com mensagens positivas. Tudo para manter os moradores por mais tempo na casa e mostrar outras perspectivas de vida.
