Marcada para a manhã desta segunda-feira, a chegada do novo técnico gremista Renato Portaluppi a Porto Alegre confundiu pessoas que estavam no local no momento em que ocorreu a execução de Marlon Roldão Soares, assassinado a tiros no saguão do Terminal 2 do Aeroporto Salgado Filho por volta das 11h. Cerca de 30 torcedores aguardavam pelo treinador, que não chegou a passar pelo saguão de desembarque.
– Achamos que eram fogos de artifício por causa da chegada do Renato – relatou um passageiro, ao relatar o momento em que foram ouvidos os estampidos.
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Conforme testemunhas, o atirador teria disparado mais de 10 vezes contra a vítima, que estava acompanhada de outras quatro pessoas – entre elas um homem que se identificou como seu pai.
À espera do novo técnico, o torcedor gremista João Camargo, 23 anos, levou alguns segundos tempo para assimilar o barulho a tiros.
– Achei que era balão estourando. Quando vi os taxistas correndo e vi que era tiro, já fui me abaixando, fui para trás do carro – lembra.
Recém chegada do Acre, a enfermeira Selma Paiva estava acompanhada do marido quando ouviu os disparos – que inicialmente também confundiu com fogos. Ao ver pessoas correndo, o casal deixou as malas para trás e se escondeu atrás de pilares.
– Tinha mães com criança no braço, gente de se jogando no chão. Quando cessou o barulho é que percebemos que um adolescente tinha sido assassinado. Foi um terror. Não esperávamos, aqui no aeroporto, uma coisa dessas – conta.
O repórter fotográfico Fernando Gomes, da Zero Hora, estava no aeroporto no momento da execução. Ele aguardava a chegada de Renato Portaluppi, anunciado como novo técnico do Grêmio, quando teve início a confusão.
– Ouvi vários tiros, até achei que era foguete. Olhei para o lado e estava todo mundo correndo, apavorado – contou.
A área do Terminal 2 onde ocorreu o crime foi isolada para o trabalho da perícia. O autor dos disparos fugiu do local em um carro, que foi abandonado nas proximidades. Segundo o delegado Gabriel Bicca, a polícia já identificou os dois homens suspeitos da execução. Ninguém foi preso.