As portas das estações da Trensurb foram fechadas às 8h30min desta segunda-feira, como previam os organizadores da segunda paralisação de 24 horas dos metroviários nos últimos 12 dias. Os passageiros só poderão utilizar o serviço de trens na Região Metropolitana a partir das 17h30min, quando voltarão a funcionar até 20h30min.
Na estação Mercado, a estudante Luana Müller, 19 anos, chegou 30 segundos depois do encerramento das atividades e surpreendeu-se. Moradora de Esteio, tinha saído de casa na madrugada para trazer uma amiga ao hospital. Pretendia voltar para casa depois de internar a amiga. Sem conhecer a Capital, não sabia onde ficava o terminal de ônibus.
– Não sei o que vou fazer. Acho que vou esperar até 17h30min e ir de trem – disse.
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O promotor de vendas Mateus Gama de Oliveira, 18 anos, de Porto Alegre, dependia de uma carona em Esteio para ir a Tramandaí, onde tem uma consulta médica agendada.
– Onde pego o ônibus para Esteio? Vou acabar me atrasando – comentou com a repórter.
Sem saber da paralisação, e não acreditando nos portões fechados, Theresinha Chagas, 48 anos, ainda desceu as escadas da estação do Mercado para perguntar ao funcionário. Voltou desolada.
– Tenho um negócio para fechar em São Leopoldo e horário agendado. Não vi notícias no final de semana. Não sabia que eles parariam os trens – comentou.
Na estação Canoas, por volta das 9h, a atendente de balcão Leontina Flores de Oliveira, 32 anos, fotografou o cartaz com a indicação da paralisação e o enviou ao chefe, proprietário de uma padaria em Esteio.
– Não tenho como ir porque não terei como voltar às 22h30min. Tirar o direito de ir e vir é um desrespeito com o trabalhador – desabafou, revoltada.
A doméstica Dejanira Moraes Rosa, de Esteio, ao contrário de Leontina, pagou R$ 4 por uma van clandestina até Canoas.
– Perdi o último trem e não posso faltar o emprego, me obriguei a pagar a mais pelo clandestino. Na volta, pego o trem.
Na parada da ônibus em direção à Capital, ao lado da estação Canoas, a movimentação de ônibus para Porto Alegre está de 15 em 15 minutos, segundo a fiscalização da empresa Vicasa.
Paralisação
A paralisação de metroviários foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexas do Rio Grande do Sul (Sindimetrô-RS). A última paralisação foi no dia 21 de julho. A categoria reivindica reposição integral da inflação aos salários e contratação de funcionários.
Nos horários de pico, a Trensurb deve oferecer o serviço normalmente, nos mesmos horários e com a mesma frequência de dias normais.
Reforço
A Metroplan informa que as empresas de ônibus da Região Metropolitana irão reforçar a frota de ônibus para auxiliar a população neste dia de paralisação na Trensurb. Os ônibus das empresas Vicasa e Central, que circulam nas cidades atendidas pela Trensurb, terão reforço da frota. Também haverá reforço da frota dos ônibus que realizam integração. Estes irão se deslocar até Porto Alegre.
Na Capital, nos horários de pico, os trajetos serão feitos pela Avenida da Legalidade e por fora do corredor de ônibus da Avenida Farrapos, sem paradas. Também saem da área central de Porto Alegre ônibus vazios para atender os usuários que estão nos corredores ao longo da avenida.