A repórter Daniella Laso, da Rádio CBN, teve seu celular apreendido por um policial na manhã desta sexta-feira durante uma ação da polícia de São Paulo na cracolândia, no centro da capital paulista. As informações são da Rádio CBN.
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De acordo com a profissional, ela gravava o momento em que a polícia entrava em confronto com moradores de rua, quando policiais militares abordaram o veículo no qual estavam ela e o motorista da empresa. Um policial disse que a equipe deveria se retirar do local e pediu para ela entregar o celular utilizado para realizar as gravações. A jornalista afirma, em entrevista à Rádio CBN, ter dito que “não poderia entregar o aparelho porque era o instrumento de trabalho dela”. Um vídeo mostra o momento da abordagem.
Após a recusa, de acordo com o relato da repórter, um policial puxou o motorista para fora do veículo e outro PM abriu a porta e pegou o aparelho. Daniella afirma que ambos estavam com crachás de identificação da CBN, mas mesmo assim um dos policiais ameaçou algemá-los.
Segundo Daniella, o policial afirmou que eles seriam levados para a delegacia por desobediência e o celular seria apreendido. A jornalista relatou que, após cerca de 30 minutos, a PM informou que eles não seriam mais encaminhados para a delegacia.
Após serem liberados, Daniella afirma que as gravações que mostravam policiais jogando bombas de gás lacrimogêneo foram apagadas da memória do aparelho.
Posicionamento
Por meio de um comunicado oficial, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) repudiou a ação da polícia contra a equipe da CBN.Em um trecho da nota, a ABERT diz que "qualquer tentativa de impedir que profissionais da imprensa exerçam seu trabalho deve ser condenada em respeito à liberdade de expressão e ao direito da sociedade à informação".
"A ABERT pede às autoridades de São Paulo a apuração rigorosa do ocorrido e a punição dos responsáveis", finaliza o documento.
Durante entrevista coletiva à imprensa para explicar a ação policial no centro de São Paulo, o secretário de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, disse "que a conduta (policial) foi registrada" e "os fatos vão ser apurados o mais rápido possível".