A cena é comum: o telefone toca e, do outro lado da linha, a atendente dispara uma proposta de serviço que, segundo ela, parece ser irrecusável. Uma pessoa distraída, ou mesmo sem tempo para ouvir atentamente o oferecimento, torna-se um alvo fácil e pode acabar fornecendo dados pessoais sigilosos a alguém mal intencionado, ou mesmo contratando algo do qual não quer ou não precisa.
– Eu nunca compro nada que oferecem por telefone, porque pode ser trote. Quando ligam, nem meu nome completo eu digo – revela a auxiliar de limpeza Marilene dos Santos Ferreira, 31 anos, da Capital.
Conforme o titular da Delegacia do Consumidor de Porto Alegre, Rafael Liedtke, fornecer qualquer informação pessoal por telefone coloca o consumidor em risco.
– Quando o consumidor recebe uma ligação, não deve passar o nome completo, CPF, endereço ou nome de parentes. Às vezes, um estelionatário já tem algum dado e precisa da confirmação de outros – explica.
Proposta
De acordo com a coordenadora jurídica do Procon Estadual, Carline Marta Kegler Raddatz, ao receber uma ligação na qual um serviço é oferecido, é aconselhável ouvir a proposta, mas só fechar o negócio fornecendo os dados necessários para o contrato numa ligação posterior, feita pelo próprio consumidor, ao serviço de atendimento da empresa.
Isso evita a dor de cabeça que poderá surgir no caso de um eventual golpe. Ela ensina que, número do CPF, da conta bancária, cartão de crédito (e código de segurança) não devem ser fornecidos.
– Prefiro ir pessoalmente contratar o serviço _ completa Marilene.
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Para a recepcionista Vanessa dos Santos Pontes, 40 anos, as ligações de operadoras de telefonia são as que mais a incomodam.
– É muito chato, ligam o tempo inteiro. E eu oriento todo mundo da família a não fornecer qualquer dado da gente, jamais. Podem fazer muitas coisas com nossos dados e depois como é que vamos provar? – questiona.