Sete transportadores escolares que fazem linhas do interior de Cachoeira do Sul e Restinga Seca, na Região Central, entraram em greve nesta terça-feira (23). Com isso, quase 500 estudantes estão sem ter como ir para a aula em escolas estaduais. O motivo é o atraso no pagamento por parte do governo do Estado.
Conforme o coordenador adjunto da 24° Coordenadoria Regional de Educação, João Carlos Lisboa, os atrasos são registrados desde maio. Na semana passada, o Estado pediu um prazo para que conseguisse realizar o pagamento dos transportadores, que têm contratos terceirizados com o Piratini. Como os empresários não receberam nenhum valor, paralisaram as atividades a partir das 0h desta terça.
Em Cachoeira do Sul, quatro transportadores deixaram de fazer transporte para 280 alunos. Em Restinga Seca, são 217 alunos que não estão indo para a aula, por conta da paralisação de três empresas.
A 24° CRE aponta problemas burocráticos na documentação como um dos motivos para o atraso dos pagamentos. Alguns transportadores teriam demorado para entregar documentos e assinar contratos, o que acarreta na demora destes de receber os vencimentos. Porém, mesmo os empresários que estão regularizados não estão recebendo, segundo a Coordenadoria. Lisboa afirma que o Piratini tem como prioridade quitar os salários dos servidores, para então acertar as dívidas com empresas terceirizadas. A categoria aponta que, assim que receberem pelo menos o equivalente a um dos meses em atraso, voltam a realizar o serviço.
Na noite desta segunda, uma reunião entre pais dos alunos atingidos pela greve, Promotoria de Justiça de Cachoeira do Sul e transportadores buscou amenizar o caso, para que os alunos não percam o ano. Entre as medidas propostas, estão carona solidária, aulas diferenciadas para os alunos afetados pela greve e mais atividades para exercitar o aprendizado.