“Não se deve elogiar demais um aliado porque um dia ele pode se tornar um inimigo. Também não se pode brigar muito com um desafeto, pois ele pode se tornar um futuro aliado”. A frase atribuída a um famoso político mineiro sintetiza bem as relações partidárias de Norte a Sul do país.
As propostas dos candidatos com relação às prioridades de Santa Maria
A composição de uma coligação leva em consideração muitas variáveis – desde tempo de rádio e de televisão à composição de um eventual governo. Com a possibilidade de 2º turno, já que temos 203 mil eleitores, Santa Maria contabiliza oito candidaturas à prefeitura (são três a mais do que em 2012). O Diário traz, nesta reportagem, onde e com quem estão os partidos daquele pleito que, há quatro anos, não tinha no horizonte uma disputa em dois turnos.
Confira quanto cada prefeiturável terá de tempo de propaganda na TV
O então candidato Cezar Schirmer (PMDB), que buscava a reeleição, contabilizou o apoio de mais 15 partidos. Passados quatro anos, essas siglas, hoje, pulverizaram seus apoios e se ramificaram aderindo a cinco candidaturas. Por ordem do número de adesões são: Fabiano Pereira (PSB), Jader Maretoli (SD), Jorge Pozzobom (PSDB), Marcelo Bisogno (PDT) e Valdeci Oliveira (PT).
Fabiano Pereira (PSB), que, inclusive, tem a vice do PMDB, Magali Marques da Rocha, é o que tem mais integrantes da base do atual governo: PV, PMN, PTB e o PPS. A Rede, que não estava no quadro político em 2012, somou-se à candidatura e o PSD – que apoiava Pozzobom quatro anos atrás – está agora com Fabiano.
Jader Maretoli (SD) conta com o apoio de PSC, PRB, PTC e PSL. No caminho, juntaram-se PTN e PRTB, que, em 2012, não apoiaram nenhuma candidatura majoritária.
Jorge Pozzobom (PSDB), que concorreu em 2012 a prefeito, tem o apoio do PP, DEM e PR – as três siglas dispersaram do bloco governista. Na chapa atual, o PP é vice do tucano com o vereador Sergio Cechin, que, em 2012, era cabeça de chapa com Farret ao lado de Schirmer.
Na finaleira das convenções, deste ano, o PROS, que não apoiava ninguém da majoritária há quatro anos, se integrou à candidatura de Pozzobom.
O PDT que, quatro anos atrás, estava com Schirmer, vai de candidatura própria à prefeitura e aposta no vereador Marcelo Bisogno, que vai de chapa pura.
O PC do B, que também apoiou à reeleição de Schirmer, hoje, está com o PT de Valdeci Oliveira. A coligação petista ainda conta com o PHS que segue ao lado do PT desde 2012.
Na eleição passada, o PT ainda tinha o apoio do PPL, que hoje tem candidatura própria: a do médico e vereador Werner Rempel, que vai de chapa pura à prefeitura.
Demais cenários
Ainda sobre as composições de 2012, o PSol que, teve candidatura à prefeitura com Tiago Aires (atualmente, no PC do B), segue, neste ano, com nome próprio ao Executivo. O PSol, para outubro, aposta no servidor da UFSM Alcir Martins. Os psolistas vão sozinhos à prefeitura.
O PSTU que, no passado, tinha como candidato Jeferson Cavalheiro, agora, aposta no professor Paulo Weller. O PSTU vai de chapa pura – em 2012, o PCB apoiava a sigla, que este ano não apoia ninguém à prefeitura. O PT do B, que integrava a base governista em 2012, e o PSDC, que estava com o PT no último pleito, não estão ao lado de nenhum candidato.
A formatação dos acordos
O pragmatismo político é, talvez, o mandamento maior da classe política. O entendimento que impera é a busca de uma aliança que seja a mais conveniente e que sirva aos interesses de um determinado grupo partidário. A avaliação é a do cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Kramer.
– O que se vê na maioria dos municípios é uma busca desenfreada por arranjos que visam o ganho na urna. É montado um balcão de negócios visando o segundo turno. Tem candidatura que é só para ganhar preço e outros partidos que são coligados para garantir mais tempo de TV.
Os acordos entre as legendas têm um caráter meramente eleitoreiro, diz Kramer. Sobre as alianças, ele avalia que apenas servem “para facilitar a vida de candidatos que não teriam chances de se eleger pelos seus partidos”.