Enquanto as previsões da Fecomércio do Estado apontam uma queda real (descontada a inflação) de 8% nas vendas no Dia dos Pais acompanhando a retração econômica, municípios da Serra se preparam para a segunda data comemorativa com aumento da comercialização. No Dia das Mães, o frio auxiliou as vendas e ele permanece nesta semana decisiva de compras.
Em Caxias do Sul, as entidades esperam aumento médio de 2% nas vendas. O presidente do Sindilojas, Sadi Donazzolo, destaca que a cidade foi uma das primeiras a sentir a crise e a aposta é de que seja umas das primeiras a retomar a normalidade. Roupas, calçados, ferramentas e eletrônicos são apontados pelo presidente do Sindilojas como os produtos mais procurados.
Ivonei Pioner, diretor financeiro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias, trabalha com a mesma previsão de aumento de 2% na comercialização geral das lojas da cidade, mas destaca que pode chegar até 8% nos setores mais impactados pela data. Dentro dos artigos de vestuário, ele chama atenção para os esportivos, e também cita procura maior por bebidas, como vinhos, e artigos de joalheria, óticas e livrarias.
Cidades da Serra, com a economia mais diversificada e menos dependente da indústria metalmecânica, apresentam índices melhores. Marcos Carbone, presidente da CDL de Bento Gonçalves, chega a apontar expectativa de vendas 15% maiores do que no Dia dos Pais do ano passado no ramo de vestuário em função da manutenção do frio.
Cladir Bono, presidente do Sindilojas de Farroupilha, polo malheiro da região, diz que aos poucos a economia vem retomando o ritmo normal de vendas. Mesmo com o incremento de vendas de maio e junho, principalmente no atacado e por conta do frio, ele é cauteloso quanto aumento expressivo no Dia dos Pais. Segundo Bono, a previsão é de que os lojistas registrem os mesmos números do ano passado, que vem se mantendo iguais desde 2014.
Ao todo, o comércio do Rio Grande do Sul tem previsão de movimentar R$ 345 milhões com a compra de presentes para o Dia dos Pais este ano, mesmo desempenho verificado em 2015, segundo estimativa da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV). O presidente da AGV, Vilson Noer destaca que o movimento terá o reflexo do atual cenário da economia brasileira, com a diminuição do poder de compra, empregos, crédito e inflação, mas a data poderá representar a recuperação das vendas, confirmando as projeções do setor sobre o segundo semestre representar o primeiro passo para a melhora da economia brasileira
Conforme dados da pesquisa, 87,2% dos gaúchos pretendem presentear os pais e 52,2% compraram o presente na primeira semana de agosto. Outros 48,3% farão isso na véspera da data. Roupas (44,2%), acessórios (20,9%) e livros (14%) são os principais itens escolhidos. Os gaúchos estimam destinar entre R$ 50 e R$ 100 (45,7%) ou até R$ 50 (34,8%) para os presentes. No ano passado, 45,8% dos entrevistados informaram que gastariam mais, entre R$ 90 a R$ 100. As lojas de rua são as principais eleitas (66,7%) para a compra e a maioria vai pagar à vista (37%) ou com cartão de crédito (28,3%).