Foi a publicação da foto do mandado de prisão pela esposa de um dos integrantes do grupo virtual chamado "Defensores da Sharia" que vazou a ação da Polícia Federal e apressou a decisão do governo de fazer uma coletiva anunciando as detenções de dez dos 12 alvos da Operação Hashtag. A investigação apura o planejamento de um possível atentado terrorista durante a Olimpíada no Rio de Janeiro. As informações são do blog Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S.Paulo.
A expectativa do governo é de que ainda nesta quinta-feira os dois foragidos sejam presos e nova comunicação seja feita. A ideia inicial era somente fazer o anúncio das prisões depois de todas terem sido realizadas.
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Entre 30 e 40 pessoas são os alvos mais imediatos dos serviços de inteligência do governo. Neste total estão incluídos os 12 que tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça. O governo, anteriormente, tinha informado que os alvos eram cem mas, na verdade, o número era mais restrito.
Desde o início da semana a operação de viabilização da prisão começou a ser desencadeada. O juiz federal de Curitiba que assina a autorização das prisões tinha exigido sigilo absoluto para a operação ser executada.
O presidente interino Michel Temer já estava informado da operação. Pela manhã, quando as prisões estavam em andamento, uma reunião foi realizada no Planalto para informar da necessidade de antecipar a divulgação das detenções. Os presos estão entre os brasileiros que já estavam sob monitoramento do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) por estarem em contato com o Estado Islâmico.
No Planalto, a entrevista concedida pelo ministro Alexandre de Moraes foi recebida com algumas ressalvas. Primeiro, porque ele minimizou a operação dos integrantes do "Defensores da Sharia", classificando-os como "amadores" e "sem preparo", o que seria um contrassenso ao estardalhaço feito para anunciar a estratégia bem-sucedida. Também não foi bem recebida a insistência do ministro em dizer que o risco de atentado é mínimo e que a segurança no Rio é a maior preocupação do governo.