A edição 94 da revista em quadrinhos "Turma da Mônica Jovem", versão adolescente do clássico de Mauricio de Souza, falava sobre o poder de escolha da Mônica, a personagem emblemática e líder da turma do bairro do Limoeiro. Na história, Cascão, Cebolinha e outros amigos da eterna "dentucinha" debatem sobre a possibilidade de Mônica colocar aparelho nos dentes.
Irritada com a intromissão num assunto que considera exclusivamente seu, Mônica passa uma bronca nos amigos. "Meu corpo, minhas regras", grita para os colegas. A frase, propagada por movimentos feministas do Brasil com o intuito de ressaltar a autonomia das mulheres sobre questões que envolvem o corpo feminino, foi interpretada como apologia ao aborto.
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No Twitter, Petra Leão, uma das roteiristas da edição 94 da revista, sofreu críticas pelo uso da frase.
Na semana passada, a página oficial da Turma da Mônica Jovem no Facebook, administrada pela empresa Mauricio de Sousa Produções, emitiu uma nota esclarecendo o contexto da história em quadrinho e destacando a abertura que a revista dá para discussões sociais.
"Há mais de 50 anos, as histórias em quadrinhos da Mauricio de Sousa Produções são feitas para divertir e entreter, mas também para levantar discussões saudáveis, sempre com muito respeito a todos", dizia a mensagem.
Dias antes, a fan page também havia virado palco para a polêmica. A mesma imagem da Mônica expressando o lema feminista, acompanhada das hashtags #empoderamentofeminino e #donasdarua gerou apoio e revolta na seção de comentários dos internautas.
A ligação entre o emblema "Meu corpo, minhas regras" e a defesa do aborto também apareceu.
O apoio à igualdade de direitos entre homens e mulheres se tornou uma bandeira da Mauricio de Sousa Produções. No último 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, a empresa lançou um projeto chamado Donas da Rua, que incentiva meninas a enviarem textos e vídeos comentando sobre as razões para sentirem-se empoderadas. A empresa também se tornou signatária do ONU Mulheres, organização das Nações Unidas voltada para a defesa da igualdade de gênero.