Após o presidente interino Michel Temer garantir na terça-feira à bancada gaúcha a liberação de R$ 100 milhões para a retomada das obras da nova ponte sobre o Guaíba, a expectativa é de que as contratações para o reinício dos trabalhos também ocorra em agosto, com a chegada da primeira parcela dos recursos prometidos. Pelo menos 600 operários devem sejam chamados a partir do próximo mês, diz Isabelino dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem no Estado do Rio Grande do Sul (Siticepot).
A estimativa, diz Santos, foi passada de forma informal por diretores da Queiroz Galvão, que lidera o consórcio formado para construir a ponte, também integrado pela EGT Engenharia. Alguns dos demitidos quando as verbas do governo federal começaram a minguar serão chamados, afirma o dirigente. A obra chegou a ter cerca de 700 pessoas trabalhando, incluindo terceirizados.
Procurada, a Queiroz Galvão informou que apenas o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) poderia se manifestar sobre a retomada das obras. Na terça-feira, o superintendente da autarquia no Estado, Hiratan Pinheiro da Silva, disse que o serviço e as contratações reiniciariam assim que a verba começasse a ser repassada, o que é previsto para o próximo mês. Embora Temer não tenha se comprometido da mesma forma com outras obras federais no Estado, há expectativa de mais boas notícias.
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– Há conversas de bastidores de que algum dinheiro será liberado para BR-116 – diz Santos, referindo-se à duplicação da estrada, entre Guaíba e Pelotas.
O setor chegou a somar 22 mil trabalhadores no Estado há poucos anos, quando estavam em andamento obras como a BR-448, reforma do Beira-Rio e construção da Arena do Grêmio. Hoje, são apenas 9 mil pessoas, contabiliza o Siticepot.
O trabalho na segunda ponte sobre o Guaíba está paralisado desde maio, por falta de recursos. O aceno agora do governo federal é de que a verba, oriunda do Programa de Aceleração do Investimento (PAC), será liberada em cinco parcelas de R$ 20 milhões.
Com 36% dos trabalhos executados, a segunda ponte sobre o Guaíba tem um orçamento recalculado em R$ 740 milhões. Deste valor, R$ 266 milhões já foram investidos.
Com a crise fiscal da União, a escassez de recursos começou a ser sentida em 2015 e as obras perderam ritmo. Em novembro do ano passado, 200 pessoas foram demitidas. Em maio, mais 300. Hoje, restam cerca de 80 pessoas em tarefas como segurança, limpeza e manutenção. O cronograma original previa que a estrutura seria entregue no final de 2017. Agora, não há previsão.
NOVA PONTE DO GUAÍBA
Situação: paralisada
Conclusão: 36%
Trabalho atual: apenas cerca de 80 funcionários realizam serviços como segurança do material, manutenção, licenças ambientais e projeto junto à prefeitura.