O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM) retirou, na manhã desta sexta-feira, a sua pré-candidatura à prefeitura de Porto Alegre. Até então, o parlamentar, um dos mais ferrenhos opositores do PT, tentava viabilizar o seu nome como alternativa a partir do desgaste da esquerda política.
Em um vídeo publicado no Facebook (assista abaixo), Onyx não fala expressamente que está fora da disputa em Porto Alegre, mas afirmou que "continuará representando os gaúchos em Brasília". Ele disse que, neste momento, entende que precisa permanecer em Brasília para ajudar na superação no momento da instabilidade da política nacional. Justificou que é necessário encerrar o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado e ainda afirmou que pretende trabalhar pela aprovação de propostas como a revisão do estatuto do desarmamento e do pacto federativo. Ressaltou as dez propostas de combate à corrupção do Ministério Público Federal e a redução da maioridade penal, aprovada na Câmara e remetida para análise do Senado.
- Houve um apelo do comando nacional do partido no sentido da minha permanência (em Brasília). Eu sou o único deputado federal do DEM em toda a região sul do país. Se eu saio, meu suplente não é do DEM. Isso pesou muito.
Ele ainda declarou que, a partir de agora, os rumos do partido serão encaminhados pelo vereador Reginal Pujol, presidente do DEM em Porto Alegre. Nos bastidores, a possibilidade mais forte é de que o DEM apoie a candidatura de Sebastião Melo à prefeitura. A relação do partido com Melo, atual vice-prefeito, é considerada "muito boa". Pujol é vice-líder do governo na Câmara. Não é descartada a hipótese de apoio a Nelson Marchezan (PSDB).
Onyx também estava encontrando dificuldade para montar uma coligação competitiva, com tempo suficiente de propaganda na TV para apresentar as suas propostas. Até agora, ele negociava com siglas como o PSC e o SD, mas nenhum anúncio oficial de apoio havia ocorrido. A eleição de 2016, sem o financiamento privado, também será de dificuldade na arrecadação de recursos para investir em propaganda.
- Outro aspecto que pesou muito foi a não união das oposições. Eu sempre defendi a tese de que tínhamos de estar juntos, todos que participaram do processo de oposição ao PT. No mínimo, DEM, PSDB, PPS, SD e PSC tinham de estar juntos. Era preciso uma aliança ampla, não dá para entrar num processo sem as condições de enfrentamento - ponderou Onyx.
O parlamentar disse que, no futuro, irá analisar as condições políticas para voltar a se colocar na disputa à prefeitura de Porto Alegre, cargo para o qual ele já concorreu duas vezes.
- Doeu muito tomar a decisão, mas foi em cima de um processo de responsabilidade. É apenas o adiamento do sonho que tenho há muito tempo de governar Porto Alegre - comentou Onyx.