O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta sexta-feira que não incentiva o governo a aumentar os impostos para o financiamento do setor.
– Eu não vou patrocinar, dentro do governo, uma tentativa de que a área da saúde seja o oásis e o resto seja o deserto, porque não vai funcionar. O governo é um só, e nós temos que conviver, disputando, dentro das prioridades do governo, a fatia da saúde – disse Barros, que participou nesta sexta de debate com dirigentes de entidades médicas de todo o país na sede da Associação Médica Brasileira, em São Paulo.
Segundo o ministro, o objetivo é "fazer mais com os mesmos recursos", tomando medidas para reduzir o desperdício. Barros deu como exemplo o caso de centenas de unidades de pronto-atendimento (UPA) que foram concluídas e equipadas e estão fora de uso.
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De acordo com o ministro, a informatização da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) será a prioridade número 1 do governo, que, com isso, espera reduzir a corrupção.
– A informação é inimiga da fraude. Com informatização, alguém vai perder uma boquinha com desvio de medicamentos, de insumos da saúde. Isso tudo vai acabar – afirmou.
Com o sistema, que usará biometria, os usuários serão identificados pelo CPF, o que facilitará a compensação automática dos custos quando um usuário de plano de saúde usar o SUS. Os atendimentos a pessoas estrangeiras, que, a cada consulta, geram um novo número do SUS, também serão resolvidos com a informatização.
Barros disse que o SUS precisa reduzir o desperdício com a realização de exames, já que 50% deles sequer são retirados pelos pacientes e 80% dão resultado normal:
– Temos que mudar a cultura do brasileiro de que, se não sair com pedido de exame, não fez a consulta. Não temos dinheiro para ficar fazendo exames e dando medicamentos que não são necessários, só para satisfazer a pessoa que quer achar que foi bem atendida no posto de saúde.
Para o ministro, a telemedicina, pé alternativa para diminuir gastos com viagens de pacientes, que precisam se deslocar de cidades pequenas do interior para os grandes centros, onde é possível o diagnóstico.
– As pessoas viajam demais para ter atendimento de saúde. A medicina tem que ir para perto das pessoas – acrescentou.