O mercado de trabalho só deve começar a mostrar reação em setembro, na avaliação do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Em julho, a expectativa é de que o fechamento de vagas formais volte a superar a geração de emprego no país.
– Em julho talvez ainda não tenhamos os números desejados, mas, a partir de setembro, nós acreditamos que teremos meses bem melhores – estimou o ministro, em visita ao Rio.
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O país perdeu 531.765 vagas com carteira assinada no primeiro semestre do ano, o pior resultado registrado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na quarta-feira, pelo Ministério do Trabalho. Em junho, foram fechados 91.032 postos formais, resultado ainda pior do que as previsões mais pessimistas, que esperavam a extinção de até 84,6 mil vagas.
Nogueira, entretanto, defende que já há sinais positivos nas divulgações do Caged, como a redução no ritmo de eliminação de vagas no resultado acumulado em 12 meses.
– Tivemos agora nesse mês um pequeno aumento de demissões em alguns setores, que nos afetou, mas nós estamos convictos que a tendência é reduzir. Quando você chega no fundo do poço, a gente tem areia. Quando você dá um impulso para sair, a tendência é afundar um pouquinho ainda, em razão do impulso. E esse é o impulso da economia em alguns setores. Alguns setores já se estabilizam, em outros setores está demorando um pouquinho, vai demorar ainda talvez uns três meses – avaliou o ministro.
Segundo ele, os setores que mais têm mostrado dificuldades de recuperação são o da construção civil, serviços, metal-mecânico e comércio.
– Numa grande crise, como a que o Brasil foi afetado e que levou aí a 12 milhões de desempregados, você não se recupera em três meses – defendeu. – Logo vamos chegar ao patamar normal e de retomada – completou.