Por mais que exista essa ditadura idealista que somos todos iguais, a verdade é que somos diferentes e nossas diferenças, às vezes, ficam camufladas em uma vontade coletiva de que tudo dê certo. Quando falamos de crianças que praticam esporte, por exemplo, o filho do rico é para desenvolver uma aptidão natural, o filho do pobre é para ocupar tempo e não se envolver no crime. Quando um pobre ganha uma bolsa de estudo em uma faculdade, é tratado como mosca do olho azul, o que não deveria ser, já que somos iguais.
Quando um pobre acha uma mala de dinheiro e entrega ao dono todos aplaudem, como se, por ser pobre, nossa tendência fosse ficar com o dinheiro. De boa, eu nunca vi uma reportagem de rico devolvendo mala de dinheiro, ou é porque só pobre acha dinheiro ou porque só pobre devolvendo dinheiro contraria o que as pessoas acreditam ser verdade absoluta.
Diferenças
Quando o filho do pobre completa 16 anos já se pensa que ele precisa arrumar um emprego. Filho de rico avalia onde vai fazer seu intercâmbio. A vida é diferente e desigual, mas na hora que interessa a rico querem igualdade. Um exemplo disso são os estudantes de escolas públicas, que sofrem com greve e ensino defasado e, depois, disputam vaga de universidade pública com o filho do rico que estudou em escola particular. É obvio que vão perder.
Não prego a igualdade porque não somos iguais, somos diferentes com origens diferentes e acessos diferentes. Tratar diferentes como iguais é injusto, essa falsa solidariedade só perpetua uma solução verdadeira. Muitos pregam a igualdade porque tem medo de enfrentar a diferença.