Depois de quase sete meses presa e passados oito meses do crime em que a jovem Helenara Pinzon, 22 anos, foi morta a facadas no dia 5 de dezembro, em Santa Maria, a principal suspeita do crime e acusada de tê-lo cometido, a ex-companheira da vítima Stéphanie Fogliatto Freitas, 24 anos, ganhou a liberdade provisória e responderá ao restante do processo livre. Ela estava presa no Presídio Regional de Santa Maria desde o dia 7 de janeiro deste ano.
A decisão do juiz titular da 1ª Vara Criminal, Ulysses Fonseca Louzada, foi publicada ontem. Ela é baseada em um pedido do advogado de Stéphanie, Bruno Seligman de Menezes, e acolhida pelo Ministério Público. Na sua decisão, o magistrado justificou: "...o Ministério Público opinou pelo acolhimento do pedido defensivo, por considerar que, passados mais de 8 meses desde a data do fato, não mais se verifica necessidade de resguardar a ordem pública, tampouco há indicativos de que a ré irá frustrar a aplicação da lei penal. (...) pelo tempo decorrido, já houve o restabelecimento da ordem pública, além de ter servido para a acusada refletir sobre o seu possível agir".
O advogado da ré, Bruno Seligman de Menezes, foi até o Presídio Regional de Santa Maria para providenciar a sua saída e comemorou a decisão:
– Estamos confortados com a decisão, primeiro porque ela mostra que a linha defensiva foi correta. Segundo porque o próprio MP concordou com o pedido. Isso nos tranquiliza porque mostra que o processo estão em mãos extremamente comprometidas com a Justiça. A Stéphanie ficou surpresa, já que não vinha mais comunicando ela sobre os pedidos, para não criar expectativa. Ela está muito entusiasmada, querendo retomar a vida.
No entanto, há condições impostas, como manter o endereço residencial atualizado na Justiça e não se ausentar da cidade por mais de oito dias sem comunicar.
Helenara foi morta a facadas no apartamento em que ela e Stéphanie moravam até o namoro terminar, na Rua General Neto, na manhã do dia 5 de dezembro de 2015. Stéphanie foi indiciada e acusada por homicídio triplamente qualificado. Porém, o juiz afastou duas qualificadoras. O MP recorreu, e essa decisão agora será analisada pelo Tribunal de Justiça na tentativa de inclui-las novamente.