Cerca de 2 mil trabalhadores rurais da Região Central participaram de uma manifestação pelas ruas de Santa Maria durante esta quinta-feira.
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A categoria é contra a reforma da Previdência Social que altera a idade de aposentadoria para os trabalhadores do campo. Hoje, homens podem se aposentar com 60 anos, e mulheres, com 55. Se aprovada a reforma, o tempo de trabalho se estende até os 65 anos para qualquer trabalhador rural.
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Conforme o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, com a mobilização, a categoria quer impedir que a proposta chegue até o Congresso Nacional. A previsão é de que o governo encaminhe o projeto para aprovação até o final de julho.
– A gente quer mostrar que é importante que o agricultor se mantenha no campo. Se não tiver garantia desses direitos, a juventude não vai querer continuar. É preciso criar os meios para que os jovens fiquem e tenha a sucessão no meio rural – defende Silva.
A manifestação é unificada e ocorre em todo o país. No Rio Grande do Sul, a mobilização acontece em, pelo menos, outras quatro cidades. Em Santa Maria, participam representantes de 46 sindicados da Região Central e de 61 municípios.
Os manifestantes se reuniram por volta das 8h na Gare e, por volta das 9h, saíram em caminhada até a Praça Saldanha Marinho. Um caminhão de som acompanha os manifestantes que carregam bandeiras. Uma equipe da Gerência Municipal de Trânsito (GMT) acompanha o protesto e faz a orientação do trânsito.
O trânsito na Rua Venâncio Aires, entre a Avenida Rio Branco e a Rua André Marques, permanecia bloqueado pelo grupo até por volta das 11h. Além do ato na praça, os manifestantes também se reuniram com a gerência regional do INSS, na sede do órgão, para apresentar as demandas. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria, Delcimar Gonçalves Borin, além da reivindicação contra a reforma, o grupo também levou ao INSS a pauta da região, que inclui o pedido por mais médicos peritos nos municípios menores. Segundo ele, a demanda será encaminhada pelo órgão à Brasília.
– O agricultor começa a trabalhar cedo, faz muito mais que oito horas por dia, não tem sábado, domingo, nem feriado. Hoje, ele já trabalha mais de 40 anos até se aposentar e, se houver a mudança, esse tempo vai passar de 50 anos. É um trabalho pesado, que faz com que as pessoas apresentem diversos problemas – desabafa Borin.
Durante a tarde, por volta das 14h, os trabalhadores realizaram uma panfletagem na Rua do Acampamento.