Em greve desde o dia 14 deste mês, os servidores municipais de Porto Alegre decidiram, em assembleia realizada na tarde desta terça-feira no Centro de Eventos do Parque Harmonia, manter a paralisação. A proposta mais recente oferecida pela prefeitura foi de um reajuste salarial de 9,28%, a ser pago em quatro parcelas. Mesmo mantendo o pleito pelo aumento integral, a categoria priorizou na assembleia a necessidade de negociação dos dias parados, pois a administração anunciou que manterá o corte do ponto dos grevistas, que já consta na folha a ser paga em julho.
– A categoria hoje discutiu como sair da greve. O governo já encerrou a negociação no momento em que publicou a proposta, que foi reafirmada, e também que os dias parados não serão negociados. A categoria entende que não dá pra sair da greve com a inflação parcelada, mas principalmente não dá pra sair com as faltas, sem a condição de recuperar ou negociar os dias parados – justifica a diretora do Sindicato dos Municipários (Simpa), Maria José da Silva.
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Para a quarta-feira, está marcado um ato às 9h no Paço Municipal e à tarde os grevistas farão atividades na Câmara de Vereadores. Na quinta-feira ocorrerá uma nova assembleia para avaliar o movimento. A expectativa do Simpa é de que até lá haja uma negociação com a prefeitura que atenda as demandas da greve.
– Avaliando a assembleia, se o governo não tivesse tanta intransigência em relação aos dias de greve, possivelmente teria sido votado o término hoje. A ideia é que até a próxima reunião haja negociação com o prefeito e que isso avance, na expectativa de retomarmos a normalidade dos serviços – comenta a diretora do sindicato.
Conforme estimativa do Simpa, a adesão da greve é de em média 60% dos servidores de todas as secretarias. A categoria pede a reposição integral da inflação, retroativa a maio, ou o pagamento de todo o reajuste ainda em 2016.
Alegando que não poderia garantir a quitação da folha em dia se concedesse o que pretendiam os funcionários, a prefeitura ofereceu três alternativas ao sindicato, mas a categoria não aceitou nenhuma das propostas. Além disso, anunciou a manutenção do corte do ponto, o que agora é o principal pleito dos servidores.
Conforme a secretária de Planejamento Estratégico e Orçamento, Izabel Matte, em reunião na manhã desta terça-feira foi definido que a prefeitura fará a negociação dos dias parados somente a partir do momento em que os servidores retornarem ao trabalho. Segundo ela, esta opção não foi aceita pela categoria.
– A princípio, fica mantido o corte do ponto. Mas lógico que sempre fica aberto o diálogo, no sentido de acharmos um ponto comum entre governo e municipários. Nosso intuito é que não haja prejuízo ao servidor e que a população também volte a ser atendida plenamente.