O Hospital Bernardina Salles de Barros, de Júlio de Castilhos, na Região Central, só atenderá, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), casos de urgência e emergência desde que haja “extrema necessidade” a partir desta sexta-feira (10). O motivo é o atraso de repasses de recursos financeiros pelo Estado que já ultrapassa R$ 1 milhão. A dívida começou em 2014.
Isso quer dizer que atendimentos eletivos, como em casos de cirurgias e internações, não serão mais feitos via SUS. Entre 1,5 mil e 2,3 mil pacientes deixarão de receber atendimento por mês.
80% dos atendimentos eletivos e 98% dos de urgência e emergência são SUS. Dos 62 leitos que oferece, 49 são SUS.
De acordo com o diretor-geral do hospital, Leonardo Dalla Nora, o hospital está endividado. Isso, pois os pagamentos para fornecedores e os salários dos 72 colaboradores estão atrasados. Ele afirma que se corre o risco de suspender completamente os serviços via SUS e que os colaboradores já sinalizam com paralisações.
A situação fez com que a Secretaria Municipal de Saúde começasse a formular planos para atender a demanda que não será mais suprida pelo hospital.
Hoje, o aparato médico municipal inclui 10 médicos que trabalham em dois postos de saúde, um ambulatório central, cinco Estratégias Saúde da Família (ESF) e em um Centro de Atendimento Psicossocial (Caps). A secretaria de saúde estima que são feitos 3.840 atendimentos mensais em clínica geral, ginecologia, obstetrícia e psiquiatria.
Além disso, a prefeitura repassa R$ 114.449,53 mensais ao hospital. É avaliado se esse aporte financeiro pode aumentar para evitar um impacto negativo maior na comunidade castilhense. O problema é que a própria prefeitura também enfrenta atrasos de repasses. Em maio, recebeu R$ 6.252 do Estado. Em abril, R$ 1.748.
O Estado não sinaliza com a quitação dos débitos.