A promotoria criminal de Taubaté, interior de São Paulo, quer que a detenta Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pelo assassinato dos pais, volte a cumprir a pena em regime fechado. Em parecer protocolado nesta quarta-feira, na Vara de Execuções Criminais, o promotor Alexandre Mourão Mafetano considerou que Suzane cometeu falta grave ao declarar endereço falso durante a saída temporária do Dia das Mães, no mês passado. Atualmente, Suzane é beneficiária do regime semiaberto e pode sair da prisão em condições especiais.
Segundo o promotor, a detenta agiu de má-fé ao declarar um endereço inexistente, já que planejava encontrar-se com o namorado, em Angatuba, interior de São Paulo. Ela informou um endereço na cidade, mas estava na propriedade de uma irmã do rapaz, na zona rural do município, onde acabou detida pela Polícia Militar.
Leia mais:
Justiça aceita pedido de Suzane Von Richthofen para progressão ao semiaberto
Suzane von Richthofen pode perder vaga em faculdade por falta de tornozeleira
O promotor apurou que, em sua saída anterior, durante a Páscoa, Suzane já havia informado o endereço falso à Coordenadoria de Estabelecimentos Prisionais do Vale do Paraíba. Ela também forneceu, como contato, o número do telefone de outra pessoa.
O parecer, dado em processo que apura a falta cometida pela presa, contraria o resultado da sindicância da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), que entendeu não ter havido má-fé nesse caso. A SAP sugeriu que seja suspenso o direito de Suzane às saídas temporárias por um período de seis meses, mas sem regressão ao regime fechado.
O processo aberto pela Vara de Execuções, sem prazo para ser concluído, vai definir se Suzane permanece no semiaberto ou se volta para o regime fechado. A Defensoria Pública de Taubaté, que defende Suzane, não se manifestou sobre o parecer da promotoria. A jovem foi considerada cúmplice do assassinato dos pais, Marísia e Manfred van Ritcthofen, ocorrido em 2002.
*Estadão Conteúdo