Mesmo em meio ao ritmo alucinante que antecedeu a inauguração do seu megacomplexo no México, a cúpula da Braskem não esquece da situação dos negócios no Brasil, como no Polo Petroquímico de Triunfo. A parada técnica de uma das plantas de eteno no Estado, em 2018, vai precisar de um investimento de cerca de R$ 200 milhões. Voltada para manutenção e melhorias, a operação começa a ser planejada 12 meses antes e pode exigir a mobilização de até 3 mil pessoas. Pela legislação, unidades petroquímicas precisam passar por este tipo de procedimento a cada seis anos para ajustes.
Outro projeto no polo gaúcho em que a Braskem é interessada indiretamente é a construção de uma unidade de borracha sintética para dar um aproveitamento local para o butadieno produzido pela unidade da petroquímica em operação desde 2012 a partir de um aporte de R$ 300 milhões. Por enquanto, o principal destino é a exportação – 70% para os Estados Unidos, 20% para o México e 10% para a Ásia.
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O projeto tem como possível investidor a polonesa Synthos. O valor do aplicado, até o ano passado, era estimado em R$ 640 milhões, mas o empreendimento entrou em compasso de espera devido a dois fatores. Primeiro, o impasse no acordo para o fornecimento de nafta pela Petrobras, que acabou fechado no final de 2015, mas que garante o abastecimento de matéria-prima por apenas cinco anos. O principal entrave agora é a situação da economia. Com as vendas da indústria automotiva em queda, também sofrem as fabricantes de pneus, que seriam os principais clientes. O presidente da Braskem, Fernando Musa, entende que o empreendimento traria mais eficiência ao polo petroquímico de Triunfo.
– É um projeto que depende de terceiros, de matéria-prima e de demanda – avisa Musa.
Outro projeto relacionado ao Rio Grande do Sul é a retomada do da movimentação de contêineres no Terminal Santa Clara, em Triunfo, ligado por um canal artificial ao Rio Jacuí. A operação estava parada desde 2009 e será reativada em agosto, em parceria com a Wilson Sons.
Com a reativação, a Braskem enviará principalmente resinas por cabotagem até o Porto de Rio Grande, via Lagoa dos Patos. O produto pode ser mandando também por cabotagem para outras regiões do país. A Braskem calcula que a operação retirará das rodovias saturadas do Estado de 20 a 30 mil caminhões por ano.