Insatisfeito com o resultado da reunião com a prefeitura, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) ocupa o plenário da Câmara de Vereadores desde o início da tarde desta terça-feira. Os manifestantes prometem deixar o local somente quando o Executivo fizer uma proposta que atenda aos anseios da categoria.
– Para a nossa surpresa, a prefeitura não veio com nenhuma proposta concreta. Para nós, foi uma enrolação. Disseram que se houvesse aumento da arrecadação poderia rever o valor e as datas das parcelas. Isso não é suficiente – disse o integrante do comando de greve e coordenador do Conselho de Representantes do Simpa, João Ezequiel da Silva.
Antes da ocupação, houve a reunião entre o sindicato e o vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, na própria Câmara de Vereadores. O encontro teve início às 9h30min, mas foi interrompido ao meio-dia a pedido da prefeitura, que solicitou alguns minutos para elaboração da proposta que seria apresentada à tarde. Pouco depois das 13h, houve a retomada das discussões, mas a proposta foi considerada insatisfatória pelo comando de greve, que decidiu, então, permanecer no prédio do poder Legislativo.
Em greve há uma semana, os municipários bloquearam na segunda-feira a entrada de parte dos funcionários que trabalham na Secretaria de Saúde. Simultaneamente, um grupo de servidores municipais impediu o acesso dos caminhões de lixo na estação de transbordo. As manifestações haviam sido interrompidas temporariamente até a reunião desta terça-feira.
O que os municipários pedem
O Simpa exige que os pagamentos do reajuste salarial, com reposição integral da inflação de 9,28%, sejam realizados em parcelas a serem quitadas até o final do ano. Além disso, a categoria reivindica que o governo reconheça o percentual de 9,44% de perdas decorrentes do reajuste parcelado da inflação, feito em 2015, e aumente o valor do vale-alimentação para R$ 25.
O que a prefeitura oferece
Na primeira oferta do Executivo, o parcelamento se daria com o pagamento de 2% em outubro de 2016, 3,60%, em dezembro de 2016, e 3,41%, em março de 2017. A segunda, apresentada no último dia 14 de junho, antecipou os prazos e percentuais, que obedeceriam ao seguinte calendário: 1%, em maio de 2016, 2%, em outubro de 2016, 2,60%, em dezembro de 2016, e 3,39%, em janeiro de 2017. Na proposta desta terça-feira, a prefeitura se comprometeu em rever o valor e as datas das parcelas caso houvesse um aumento na arrecadação.