O Ministério Público do Rio Grande do Sul investiga uma série de fraudes envolvendo políticos de Sapucaia do Sul, região metropolitana de Porto Alegre. As investigações apontam nepotismo e até desvio de combustíveis na Câmara Municipal. Um morador do município apresentou as denúncias. As informações são do portal G1 RS.
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O MP denunciou 24 pessoas, incluindo o prefeito Vilmar Balin (PT), o vice-prefeito Arlenio da Silva (PDMB) e o presidente da Câmara José Carlos Dutra Santos (PMDB).
A investigação começou a partir de denúncias feitas pelo aposentado Hermes Douglas Garcia, que não é filiado a partidos políticos. Ele diz fiscalizar desde cargos de confiança da prefeitura até o remédio que sai do posto de saúde.
– A saúde está precária, escola precária, habitação precária, tudo por desviar verbas que vêm para o município, eles desviam para outros fatos – afirmou.
Inicialmente, o aposentado passou a suspeitar das nomeações na prefeitura e na Câmara e descobriu que parentes de vereadores tinham cargos no Executivo e que familiares de autoridades da prefeitura de Sapucaia do Sul também tinham cargos de confiança no Legislativo da cidade.
– Eles estão tirando a vaga de muitas pessoas que já fizeram concurso há 10, 12, 15 anos – reclamou.
Verbas para combustível usado no transporte de vereadores seriam desviadas. O ex-presidente da Câmara e atual vice-prefeito, Arlenio da Silva (PDMB), segundo a investigação, rodou mais de 4 mil quilômetros em dois meses com gasolina paga pelo contribuinte, totalizando R$ 3,6 mil.
As denúncias também mostram um esquema para beneficiar pacientes indicados por vereadores na espera por atendimentos no SUS.
O vereador Avelino Mazuchello (PMDB) foi denunciado nas três ações por desvio de combustível, consultas do SUS e nepotismo. Ele também não quis gravar entrevista, mas justificou por telefone o emprego dos filhos.
– Meu filho nem trabalha mais ali. Ele era secretário, isso a lei permite. E outra coisa é outro filho, que é concursado – defendeu-se.
Se condenados, os políticos podem perder a função e ainda ficar proibidos de concorrer a novos cargos.