Do desejo de mostrar às crianças a mágica da literatura, surgiu o grupo Contamores, no Bairro Restinga, em Porto Alegre. Duas vezes por semana, os 13 estudantes do campus Restinga do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), com idades entre 15 e 18 anos, visitam o hospital ou as escolas da região para contar histórias infantis a crianças e adolescentes.
Na liderança dos estudantes está Endrius Vinícius Fraga, 16 anos, aluno do segundo ano do Ensino Médio e do técnico de Informática para a Internet. Ele descobriu a paixão pela literatura aos 11 anos, quando ingressou no projeto de contação de histórias Voe Lendo, criado pela EMEF Senador Alberto Pasqualini, no próprio bairro, onde ele cursava o ensino fundamental. Entre uma leitura e outra, o adolescente percebeu que poderia seguir na missão, mesmo depois de deixar a instituição. Ao ingressar no IFRS, Endrius conheceu mais estudantes que também gostavam da função e passou a fazer parte do projeto de extensão que dedica-se à arte da contação.
Pela leitura de um livro ou interpretação de uma história infantil, de um conto ou de uma fábula, o grupo leva os pequenos espectadores a um mundo encantado onde o dragão pode ser amigo do urso e a bruxa malvada se torna boazinha depois de se arrepender das coisas ruins que fez no passado.
Nome
"O nosso nome surgiu de uma provocação feita pela mãe de um dos integrantes. Ela brincou 'ah! Vocês são contadores. Então, vocês contam dores?' Na hora, respondi: 'Não. Nós contamos amores!' Aí, surgiu o grupo Contamores."
Missão
"As pessoas nos perguntam o que ganhamos com isso, pois somos adolescentes e poderíamos fazer outras coisas. Mas temos prazer em levar este mundo diferente a elas. A partir da leitura, descobrimos e elas descobrem também que a imaginação é infinita."
Magia
"É preciso mostrar o quanto é mágica a leitura e quantas cores ela pode ter. A cada nova história, as crianças ficam cativadas. E cada vez que a gente as cativa mais, nos sentimos realizados."
Presente
"Às vezes, a gente percebe aquela carência que as crianças têm por histórias e, até, pais e professores. Então, no final das histórias, não tem preço quando a gente recebe aquele abraço sincero."
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Criança
"Hoje, cada vez que me visto de lobo ou de qualquer outro personagem e quando pego um livro na mão, volto a ser aquela criancinha que não sou mais. Os adultos costumam perder a imaginação em meio a tantos problemas diários. A literatura ajuda a manter a magia da vida."
Poder
"As crianças têm um poder que elas não sabem que têm: a imaginação. A imaginação delas é infinita. E ao passar do tempo, eles vão esquecendo esta imaginação. E eu, adolescente que estou quase adulto, não quero perder esta imaginação. Quero deixá-la ao longo da minha vida."
Para contatos
* O grupo aceita visitar escolas de outras partes de Porto Alegre.
* O Contamores está arrecadando doações de fantasias para ampliar o leque da contação de histórias.
* Contatos pelo telefone 3247-8400
e pelo e-mail contadores.historias@restinga.ifrs.edu.br