Entre a BR-116 e o trevo de acesso a Fazenda Souza, Rota do Sol acumula placas com grafias e indicações equivocadasPelo menos 10 erros de informação ou de grafia em 10 quilômetros da RSC-453 (Rota do Sol) atestam o desleixo com a sinalização. A reportagem percorreu, na segunda-feira, a extensão entre o viaduto da BR-116 e o trevo de acesso a Fazenda Souza, em Caxias do Sul. Além dos equívocos, há placas com a mesma orientação distribuídas a poucos metros de distância uma da outra.A localidade de Bevilaqua, em Fazenda Souza, é chamada de Revilaqua em três pontos da rodovia.
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Nem a presença de uma placa antiga com a grafia correta impediu que outra equivocada fosse instalada a apenas cinco metros de distância, no Km 154. Já no Km 155, uma placa em cada sentido da estrada indica para a Vila Segredo, mas não há qualquer via nas proximidades por onde o motorista possa seguir. Além disso, subprefeituras de Vila Oliva, Ana Rech, Fazenda Souza e Criúva desconhecem a localidade, assim como a Secretaria Municipal do Planejamento.
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Na chegada ao trevo de acesso a Fazenda Souza, pouco mais de 100 metros exibem sete placas, entre novas e antigas, indicando a direção do distrito, entre outras informações.Em outro ponto, próximo ao viaduto da BR-116, uma placa que indica a direção da rodovia federal a nomeia como BRS-116, com um S além das tradicionais letras B e R. A assessoria de imprensa do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), sustenta que a estrada é, sim, chamada de BRS, com três letras, a exemplo das estaduais. A nomenclatura consta, inclusive, em documentos do Daer.
O chefe da 5ª delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Caxias, Alfonso Willembring Júnior, diz que desconhece o termo apresentado pelo Daer e que as rodovias federais são, sim, chamadas nacionalmente de BR.
– Vou entrar em contato com o Daer para esclarecer, desconheço essa nomenclatura de BRS – completa.
Até o nome do Jardim das Hortênsias aparece grafado errado, em três placas na entrada do bairro: na sinalização é possível ler Jardim das Hortências, com C no lugar do S. De acordo com o secretário do Planejamento, Gilberto Boschetti, a nomenclatura correta é escrita com s, conforme o registro do bairro e como consta no dicionário.
Conforme Juelci de Almeida, advogado e especialista em trânsito, só há limite mínimo para distância entre placas que indiquem a velocidade permitida.
Os equívocos
:: Em três pontos, a localidade de Bevilaqua é chamada de Revilaqua, com R.
:: Uma placa em cada sentido da rodovia indica para a Vila Segredo, mas não há qualquer via nas proximidades por onde o motorista possa seguir.
:: Sete placas em pouco mais de 100 metros têm a mesma informação: a direção do distrito de Fazenda Souza.
:: Uma placa no Km 155 indica a distância de Caxias do Sul: oito quilômetros. Essa extensão, no entanto, leva apenas até o viaduto da BR-116.
:: Três placas no acesso ao bairro Jardim das Hortênsias apresentam o nome grafado errado: Jardim das Hortências, com c.
:: Quase na chegada ao viaduto da BR-116, uma placa azul nomeia a rodovia como BRS-116.
Contrapontos
A Rota do Sol passou por restauro profundo dentro do Crema Serra, entre Caxias do Sul e Lajeado Grande. Todo o asfalto foi refeito e a sinalização, reparada. De acordo com o superintendente regional do Daer, Ernesto Eichler, as correções terão de ser feitas pela Traçado, empresa que executou a obra. Ele garante que o Estado não será onerado. Nos pontos onde há placas em poucos metros com a mesma informação, será revisto para, se necessário, remover alguma.
– Não foi erro da Traçado, mas de alguma empresa que eles contrataram. Mas com certeza faremos a correção – assegura Eichler.
O superintendente ainda diz desconhecer a informação de que a BR seja chamada de BRS, como sustenta assessoria de imprensa do Departamento.
Segundo o diretor de Planejamento da Traçado, Jeferson Couto, as placas equivocadas serão substituídas. Na segunda-feira, a empresa foi comunicada das incoerências pelo Daer, que por sua vez foi informado pelo Pioneiro. Couto acrescenta que as placas foram confeccionadas e instaladas por empresa contratada pela Traçado. A reportagem percorreu apenas 10 dos 53 quilômetros contemplados pelo Crema. A Traçado não tem plano de revisar a sinalização nos demais 43 quilômetros.
– Há uma empresa contratada que fiscaliza o nosso serviço. Se houver algum conserto a fazer, vão nos comunicar – completa Couto.
De acordo com o Daer, as placas, que são de modelo refletivo, custam R$ 469,78 o metro quadrado.
Sinalização
Em 10 quilômetros da Rota do Sol, em Caxias, pelo menos 10 placas de sinalização têm erro
De acordo com o Daer, as correções serão feitas pela Traçado, empresa responsável pelo restauro da rodovia
Pioneiro
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