Em dois dias, a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Cruz Alta recebeu denúncias e efetuou a prisão de dois homens suspeitos de terem abusado sexualmente de crianças. Durante a Operação Infância Destruída, coordenada pela delegada titular da Deam, Lylian Ribeiro Carus e desencadeada na noite de quinta-feira, foram presos preventivamente um jovem de 29 anos e um homem de 53. Eles serão indiciados por estupro de vulnerável, quando as vítimas são menores de 14 anos, com pena prevista entre oito e 15 anos de prisão.
O primeiro a ser preso foi o jovem de 29 anos. De acordo com a investigação, há pelo menos um ano, o suspeito abusada da filha de 10 anos, do filho de seis e da enteada de quatro anos. O homem aproveitava o momento em que a companheira não estava em casa para praticar os atos libidinosos. Uma das crianças, a mais velha, contou à delegada que o suspeito tirava as roupas dele e as das crianças e, então, começava a passar a mão nas partes íntimas das vítimas e também o órgão sexual nelas. A mesma vítima disse que não houve penetração, no entanto, ainda não há conclusão sobre isso. Por isso, todas foram submetidas a exames para confirmar.
A companheira do suspeito alegou que não sabia dos abusos. No entanto, uma das crianças afirmou que já havia falado do caso à mãe. O homem confessou os crimes.
O segundo a ser preso, um homem de 53 anos, é suspeito de abusar de uma menina de 10 anos dentro de uma escola de Cruz Alta. O nome da instituição não foi divulgado para preservar a identidade da vítima. Diferentemente do primeiro caso, os abusos não aconteciam há muito tempo, mas a vítima foi abusada pelo menos cinco vezes.
Conforme a investigação, tudo começou quando o homem, que era funcionário da escola, tirou a menina de cima de uma árvore. Depois, de acordo com o relato da vítima, o suspeito levava a criança para dentro de uma sala vazia e passava a mão por dentro das roupas dela. Ele ainda dava dinheiro a ela, como moedas de R$ 0,50 e R$ 1.
– Quando falamos com essa menina, ela perguntou se eu podia trocar ela de escola ou se podia impedir que ele (suspeito) não fosse mais trabalhar, devido à frequência com que ele vinha importunando essa menina – conta a delegada.
Conforme Lylian, só neste ano já foram 27 casos de estupro de vulnerável em Cruz Alta.