Escondidos debaixo dos lençóis, os corpos permanecem indiferentes aos pedestres. A cor dos sapatos ao lado do colchão – tons escuros para ele e rosa para ela – deixa claro que ali, numa cama improvisada no viaduto da Borges de Medeiros, uma das ruas mais movimentadas de Porto Alegre, dorme um casal. O sol já é alto, mas o humor de quem foi acordado e ainda nem deu os primeiros bocejos recusa entrevistas. Outros casais parecem nem ouvir o barulho dos carros. Tampouco expressam reação ao insistente "bom dia". Dormem profundo, aninhados no calor da companhia.
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