Na manhã desta quarta-feira, os vereadores da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Santa Maria se reuniram com profissionais e direção do hospital Casa de Saúde para apurar denúncias de negligência contra a maternidade do hospital.
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Os parlamentares Manoel Badke (DEM), Luciano Guerra (PT) e Isaias Romero (PMDB) participaram da reunião junto a representantes da prefeitura e da Casa de Saúde.
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O presidente da comissão, Manoel Badke, leu o depoimento de Bruna Fani Duarte, 23 anos, autora das denúncias feitas primeiramente nas redes sociais e, depois, presencialmente em reunião da comissão. Bruna acusa os profissionais do hospital de negligência durante o parto do filho, que morreu 45 dias depois, quando já estava internado no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).
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– Estamos aqui apurando uma denúncia que foi levada até a nossa comissão. Não temos o intuito de apontar culpados, mas, sim, de tomar entendimento da situação em que as mães são colocadas dentro da instituição. Viemos para ouvir o outro lado e possibilitar uma resposta à comunidade – afirmou Badke.
O vereador ainda questionou a equipe sobre a falta de plantonistas, sobre as denúncias de cobrança de valores para a realização de partos por cesárea e como são feitos os prontuários dos pacientes.
A diretora-presidente da Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas), que administra a Casa de Saúde, Irmã Ubaldina Souza e Silva, explicou que não há cobranças extras para partos por cesariana. Ela acrescenta que as denúncias deveriam ter sido feitas à instituição.
– Em partes do relato ela descreve situações que fazem parte do parto natural. A Casa de Saúde é referência na realização de partos naturais. Este caso é um fato isolado que deve ser investigado. Temos que entender que parto humanizado não é um parto sem dor, e que muitas mães não têm entendimento sobre o procedimento – comentou Ubaldina.
A equipe que trabalhou no parto de Bruna não participou da reunião por causa de outros compromissos e porque a reunião não teria sido marcada com antecedência. Irmã Ubaldina informou, ainda, que foi aberta uma sindicância para apurar o atendimento dado a Bruna.
Os vereadores ainda pretendem ouvir a médica e a enfermeira que atuaram no parto, assim como a denunciante, a quem serão pedidos os documentos sobre o pré-natal.