1 - Senado aprova processo de impeachment e Dilma é afastada por até 180 dias
Depois de mais de 20 horas de sessão, às 6h38min desta quinta-feira, o Senado selou o destino da primeira mulher eleita presidente da Brasil: por 55 votos a 22, aprovou a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Com o resultado, a petista que recebeu 54 milhões de votos em 2014 será afastada do cargo por 180 dias, até o julgamento final, e corre o risco de não voltar mais ao Palácio do Planalto.
2 - Dilma deve se pronunciar às 10h
A assessoria da Presidência anunciou que Dilma Rousseff fará pronunciamento à imprensa nesta quinta-feira, às 10 horas, no salão leste do Planalto. Ela sairá do Planalto pela porta principal do prédio, no térreo, e fará um discurso em que se dirá vítima de golpe e injustiçada. A presidente já indicou que quer manter uma agenda política de trabalho, atividades e eventos durante o período em que estiver afastada da Presidência.
3 - Temer tem 180 dias para demostrar condições de lidar com ajuste fiscal
A missão de Temer começará pela retomada do controle do que o governo gasta e arrecada, em uma tentativa de estancar a sangria de dinheiro público que se tornou o estopim para o avanço do processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Temer terá de conciliar o enfrentamento ao rombo fiscal com a manutenção de apoio político e social para aprovar medidas duras e buscar aproximação com investidores para recuperar uma confiança que parece ter se evaporado nos últimos anos.
4 - Quem serão os ministros de Temer
Não se pode dizer que a chegada de Temer significará, ao menos, a ascensão de caras novas. Boa parte dos nomes cotados para assumir ministérios são velhos habitués da Esplanada, alguns do tempo de Fernando Henrique Cardoso, outros da era Lula, e alguns com a cadeira ainda quente do ministério de Dilma. Entre os auxiliares mais próximos do novo presidente também deverão estar políticos arrolados na Operação Lava-Jato – como Romero Jucá (PMDB-RR) ou Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) – ou com suspeita de envolvimento em outras maracutaias.
5 - Collor fez o pronunciamento mais comentado da noite de quarta-feira
Durante a sessão no Senado, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC-AL), hoje senador, recordou a própria experiência de afastamento do cargo, em 1992, e fez um desabafo, reclamando da diferença de tratamento em comparação com Dilma. Disse que "o rito é o mesmo, mas o ritmo e o rigor, não". O ex-presidente criticou o governo petista e revelou ter alertado Dilma sobre o impeachment, mas não deixou claro como votaria.
6 - Protestos ocorrem pelo país durante votação no Senado
Durante a votação no Senado, protestos contra e a favor do impeachment foram realizados nesta quarta-feira em capitais do país. No centro do Rio de Janeiro, militantes da Frente Brasil Popular, que apoia Dilma, e membros do Movimento Direita Já, favorável ao impeachment, entraram em conflito. Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios voltou a ser dividida por um muro, e manifestantes jogaram rojões em direção aos policiais, que reagiram com gás de efeito moral.
7 - Saiba o que disseram os senadores na sessão do impeachment de Dilma
Ao todo, 71 senadores se inscreveram para falar durante a sessão que analisou a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma, e cada um teve direito a até 15 minutos na tribuna. Confira a posição de cada parlamentar e algumas frases dos discursos.