Representantes do Ministério Público (MP) devem se reunir na manhã desta terça-feira com lideranças estudantis para debater a ocupação de escolas públicas em Caxias do Sul. A ideia de diálogo surgiu após dezenas de pessoas procurarem o MP, na segunda-feira, para pedir providências depois que alunos, professores e funcionários que não aderiram à greve foram proibidos de entrar em algumas escolas ocupadas. Pelo menos dois colégios enviaram representantes: Cristóvão de Mendoza e Cavalheiro Aristides Germani, acompanhados de integrantes da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE).
– A reivindicação precisa seguir o princípio do respeito com quem quer dar aula e com quem quer ter aula. Estamos atentos às reivindicações e a forma como seguem as ocupações. Nossa mediação com os alunos é baseada no diálogo – ressalta Simone Martini, promotora regional de Educação.
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No Aristides Germani, estudantes afirmaram que bloquearão o acesso de quem é contra o movimento e defende a retomada normal das aulas. No Cristóvão, cadeiras foram colocadas no portão para impedir a entrada de colegas e professores, mesmo com aulas parciais.
As ocupações começaram na semana passada. O primeiro colégio a ser tomado pelos estudantes foi o Apolinário Alves dos Santos, no Sagrada Família: na quarta-feira pela manhã, alunos levaram barracas, colchões e cobertores para a instituição, suspendendo as aulas em todos os turnos. No mesmo dia, estudantes do Henrique Emílio Meyer também iniciaram a ocupação.
O protesto no Emílio, no entanto, é parcial: como nem todo o quadro de professores e alunos é favorável às paralisações de estudantes e de docentes, as aulas seguem normais para algumas turmas.O Cristóvão de Mendoza e o Aristides Germani foram as duas últimas a aderir ao movimento de alunos.