Na véspera da sessão que votará a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff, apoiadores do governo reuniram-se na Esquina Democrática, em Porto Alegre, para protestar contra o possível afastamento da presidente. Organizado pela Frente Brasil Popular e Frente Brasil sem Medo, com apoio da Central Única dos Trabalhadores do Estado (CUT/RS), o ato integrou a programação do "Dia Nacional de Luta contra o Golpe", que somou protestos em todo o país desde o início desta terça-feira.
Iniciada no final da tarde, a manifestação seguiu até as 20h, sem deslocamento pela cidade. O evento contou com um carro de som onde artistas fizeram apresentações e lideranças sindicais, políticas e sociais falaram. Os participantes do ato bradam frases como "Fora Temer" e "Não vai ter golpe". A Brigada Militar não divulgou estimativa de público. A organização contabilizou 2 mil participantes.
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– Este ato é uma continuação do que já foi feito pela manhã. Vamos seguir denunciando o golpe contra a democracia, patrocinado pela elite. O plano do Temer é contra os direitos sociais – afirmou o presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo.
Apesar do apoio ao governo, o movimento se diz ciente da provável admissibilidade do processo no Senado e decorrente afastamento de Dilma.
– Há um processo de golpe em curso estabelecido pelo parlamento. Mais uma etapa vai se concretizar amanhã (quarta-feira). Temos consciência dessa articulação e estamos aqui para enfrentar o golpe – disse o integrante da Frente Brasil Popular e da direção estadual do MST, Cedenir de Oliveira.
– Nós achamos que eles vão aprovar. Tudo indica que já está tudo combinado. O Temer vai assumir e vai começar a mostrar o seu plano, que é de retirada dos direitos sociais – acrescentou o presidente da CUT/RS.
Sem protestos na quarta-feira
Para o dia da votação no Senado, não está prevista manifestação no Estado. O que já é certo é que uma série de atos seguirá ocorrendo caso o impeachment seja admitido no Senado.
– Estamos acumulando para greve geral em defesa da democracia e dos direitos sociais. Será um longo período de luta, não achamos que será de curto prazo –disse Nespolo.
– Vamos botar milhões de homens e mulheres nas ruas e exigir a volta do governo constitucional e a saída de Temer – afirmou o presidente estadual do PT, Ary Vanazzi.
*Zero Hora