A morte do adolescente Yuri Matheus da Silva Machado, 17 anos, baleado por um policial à paisana durante um assalto a um trailer da lanches na última terça-feira, em Santa Maria, segue repercutindo nas redes sociais. Segundo testemunhas, Yuri havia assaltado funcionários e o dono do trailer, além do policial que atirou nele.
Em meio à repercussão do caso no Facebook, após um post sobre o fato em seu perfil, um policial militar, que não é o que atirou em Yuri, foi ameaçado de morte por uma pessoa que diz ser amigo de Yuri.
O policial registrou um boletim de ocorrência na própria Brigada Militar por ameaça. Segundo ele, as ameaças foram feitas no último sábado, após uma publicação sua falando sobre o fato.
No perfil do policial, o agressor enviou imagens de um revólver dizendo que o policial iria morrer e que era para ele “mandar fazer o seu caixão”.
“O q tu anda falando mal do meu amigo Yure meu deixa o cara descansar em paz (...) quando eu te pegar meu vou te matar com o dobro de tiros, que mataram meu amigo (...) Tu vai levar chumbo não tenho conversa contigo só tenho isso para te falar”, dizia um trecho da mensagem enviada ao policial.
– O sentimento é de impotência, receio, e medo por mim, por meus familiares e por meus colegas, pois estar defendendo o que é certo se tornou errado. Não irei de desistir de defender o que é certo – afirma o policial.
O adolescente foi morto na noite de sexta-feira durante o assalto ao trailer Hélio Lanches, que fica na Rua Coronel Niederauer, esquina com a Avenida Borges de Medeiros, no bairro Bonfim. Ele foi morto a tiros por um policial militar à paisana que estava no local. Conforme depoimento do PM à Polícia Civil, o adolescente chegou ao estabelecimento e anunciou o assalto. Ele levou dinheiro dos funcionários que trabalhavam dentro do trailer e, depois, assaltou o dono da lancheria e o policial, que estavam sentados.
Quando fugia, o policial teria sacado a arma e dado voz de prisão a Yuri, que teria atirado contra o policial, que reagiu e acabou acertando o adolescente. A Polícia Civil trata o caso como legítima defesa, o que não configura crime.