Em coletiva na manhã desta quinta-feira, o major Cristian Dimitri Andrade, comandante interino do 19º Batalhão de Polícia Militar, detalhou a operação de busca à quadrilha que assaltou dois bancos em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina. Os bandidos usaram reféns como escudo humano na ação.
Caçada a assaltantes de banco deixa um morto e dois feridos no Sul de SC
Quadrilha faz reféns de escudo humano em assalto a dois bancos no Sul
Conforme o major, reféns liberados disseram à PM que os criminosos tinham um fuzil 762 (de uso restrito das Forças Armadas), submetralhadora 9mm, duas espingardas calibre .12, pistola e munição de calibre .45. Cerca de R$ 20,3 mil foram recuperados, e a polícia acredita que o restante do dinheiro esteja com um dos bandidos que conseguiram fugir – eram quatro assaltantes, sendo que um morreu em troca de tiros com a PM e os outros três fugiram.
Também de acordo com o major, depois do assalto aos bancos e antes de entrarem na mata onde ocorreu troca de tiros, os bandidos ainda fizeram de refém um funcionário de uma empresa que está pavimentando uma estrada em Cambará do Sul e o vigilante do Parque Nacional de Aparados da Serra, de quem roubaram um revólver e liberaram em seguida, já que ele não tinha carro para ajudar na fuga. Eles então se embrenharam no matagal, a princípio sem comida e sem comunicação.
O comandante da PM destacou aindao modo de atuar dos bandidos, que tem se tornado característico nas cidades do interior.
– Eles usam o modus operandi chamado de Novo Cangaço, em que fazem a tomada da cidade, a tomada das forças de segurança, rendição de reféns, uso de reféns como escudo humano, extração da agência bancária para evitar tiroteios com a polícia. Isso é importado do Nordeste brasileiro, vem de Lampião e maria Bonita e o bando que agia no Sertão – explicou.
Para reforçar o planejamento da quadrilha, o major comentou a prisão na segunda-feira de um homem que seria ligado ao mesmo bando. O suspeito foi detido em uma barreira em Sombrio e com ele, foram encontradas duas cestas básicas que seriam usadas como suporte logístico para a quadrilha pernoitar na mata, em um sítio ou uma caverna.
O homem preso na segunda tem 26 anos e, conforme a PM, teve participação ativa em um assalto ao Banrisul de Cambará do Sul em novembro de 2015. Por meio de diligências da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e de um inquérito da Brigada Militar do RS, o juiz da comarca de Cambará decretou a prisão temporária dele.
Confronto na madrugada
Na madrugada desta quinta, a equipe Cobra (Comando de Operações, Busca, Resgate e Assalto) da PM de SC entrou em confronto com os quatro assaltantes dos bancos em Praia Grande. Os policiais encontraram vestígios dos bandidos na mata e fizeram delimitações da região até terem contato visual, quando iniciou o tiroteio que durou entre 20 e 30 minutos e matou um dos criminosos. Além de patrulhas terrestres, houve apoio aéreo durante o dia. À noite, os homens do Bope, canil e patrulhamento tático fizeram varredura por terra.