Um dia depois da visita do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), a Mariana para sobrevoo da área atingida pela lama da Samarco, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais entrou, na terça-feira, com ação na Justiça para impedir o retorno do funcionamento da mineradora no município.
Durante a visita, foi apresentado ao ministro, pela prefeitura da cidade, documento pela volta da atividade da empresa. Sarney se negou a assinar o termo.
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A justificativa foi que não se sentia à vontade para corroborar com o documento já que, durante a passagem pela região, verificou que a lama da Samarco, cerca de seis meses depois da tragédia, ainda continua a poluir o Rio Doce, um dos principais cursos d'água do Estado, atingido pelos rejeitos que vazaram da barragem da mineradora, em 5 de novembro do ano passado.
Na avaliação do Ministério Público, a Samarco só terá condições de retomar a mineração no município depois de comprovar a segurança das estruturas da empresa remanescentes usadas para contenção do rejeito de minério de ferro, para que nova tragédia não ocorra.
A ação pede suspensão da mina Alegria e da pilha de estéreis de mesmo nome. As atividades da Samarco em Mariana seguem embargadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Está em andamento, no entanto, pedido feito à pasta pela empresa para retorno das atividades em Mariana.
A Samarco trabalha com a possibilidade de voltar a operar no município até o fim do ano. Segundo o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador da força-tarefa montada pelo Ministério Público para apurar a tragédia em Mariana, "é preciso garantir que qualquer retorno (das atividades da Samarco em Mariana) se dê somente quando a sociedade for informada e tiver garantias de como será a destinação final dos rejeitos".
Em nota, a Samarco afirmou desconhecer "qualquer pedido do Ministério Público neste sentido".
*Estadão Conteúdo