O Parlamento macedônio decidiu nesta quarta-feira adiar por tempo indeterminado as eleições legislativas previstas para 5 de junho, que a oposição tinha decidido boicotar, e para as quais a União Europeia tinha pedido adiamento.
Uma maioria parlamentar de 96 deputados de um total de 123 aprovaram uma mudança na lei eleitoral para permitir esta prorrogação.
Esta decisão destrava uma situação que parecia estagnada há mais de um mês entre o VMRO-DPMNE no poder (direita nacionalista) e a oposição, especialmente o SDSM (social-democrata).
O partido albanês DUI, aliado do VMRO-DPMNE, fez uma proposta de emenda para modificar a lei eleitoral com o objetivo de suprimir os artigos que convocavam eleições antecipadas de 5 de junho.
Apesar de o Parlamento ter sido dissolvido em 7 de abril, os deputados foram convocados pelo presidente da Câmara para examinar a proposta e, finalmente, aprová-la.
O adiamento das eleições tinha sido solicitado por milhares de opositores em manifestações quase diárias desde 12 de abril nas ruas da capital, Skopje.
Sua forma de protesto, pintando estátuas e edifícios oficiais com cores alegres, deu nome ao seu movimento, "revolução de cores".
A Macedônia é candidata à adesão à União Europeia, que na terça-feira advertiu que um governo saído de eleições boicotadas por três dos quatro partidos principais não seria "confiável" aos seus olhos.
Estas eleições, cuja data foi fixada pelo Parlamento antes de ser dissolvido, fazem parte de um plano de saída da crise negociada em julho de 2015 entre partidos macedônios sob os auspícios da UE.
Mas a situação degradou-se profundamente em 12 de abril, quando o presidente Gjorge Ivanov ordenou a anistia de 50 personalidades do país, entre eles o homem forte da Macedônia e primeiro-ministro em fim de mandato, Nikola Gruevski, que podem ser condenados por envolvimento em um gigantesco escândalo de escutas ilegais e corrupção.
* AFP